Em um destes dias após minhas primeiras atividades, que começam seis e trinta da manhã, meio sonolento ainda, recebi uma foto de dois grandes mestres que tive na vida, professor Cassio e Cidão. Fazendo as contas os dois participam ativamente da minha formação faz uns 20 anos, desde os primeiros passos dentro do futsal no A.C. Macedo às provas de velocidade no colégio Conselheiro Crispiniano, passando pelos meus primeiros passos dentro da profissão de Educação Física como árbitro de campeonatos escolares a preparador Físico e chegando aos dias atuais com conselheiros e referência de uma vida dedica aos alunos e ao próximo.
A foto chegou a me emocionar, por vários anos vi a dedicação destes dois mestres ao desenvolvimento de seus alunos, por vezes até passando por cima de seus próprios interesses particulares e pessoais. Por quantas vezes os vi pagando do próprio bolso, lanche, água, transporte. Os vi dando suporte para muito além da sua função explícita, verdadeiros mestres, pais, heróis e salvadores. Pode até parecer exagero, mas em uma sociedade cada vez mais individualista e capitalista exploratória, ter a oportunidade de conviver por anos ao lado de professores que desempenham seu papel profissional, olhando os alunos (seres humanos) sem visar o lucro, vantagens, ganhos financeiros, políticos, deveriam ser verdadeiramente exaltados.
Em 1992, na disputa de um campeonato escolar chamado OCG (Olimpíada Colegial de Guarulhos), dois colégios encontrava-se em um grau de rivalidade por vezes até perigosa, Conselheiro e Brotero, colégios centrais, cuja proximidade acabou gerando uma preocupação para os organizadores e autoridades locais, porém a frente destes dois colégios estava dois mestres, cuja atitude amistosa, respeitosa e de muita admiração de um para com o outro e consequentemente valores passados aos alunos/atletas, culminou com uma das maiores mudanças comportamentais que pude presenciar através do esporte, mas principalmente pela intervenção pacifica destes dois “monstros” da Educação Física.
“Ah… se um dia governantes prestassem mais atenção nos verdadeiros heróis que constroem a nação, ah… se fizessem justiça sem corpo mole ou preguiça lhe dando o real valor, eu daria um grande grito. Tenho fé e acredito na força do professor” (Bráulio Bessa). Obrigado meus heróis.