Prefeito de Diadema faz avaliação positiva do serviço da Sabesp na cidade

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Da Redação

Na manhã de ontem, o prefeito de Diadema, Lauro Michels (PV) concedeu entrevista à Sabesp, acompanhado pela reportagem da Folha Metropolitana, após uma reunião com os gerentes Jair Manoel da Silva e Rogério Alves para tratar de assuntos relativos às obras de saneamento em andamento na cidade.

Na ocasião, o prefeito fez um balanço da administração da Sabesp, responsável pelo serviço de saneamento da cidade há quatro anos, quando foi fechado o acordo que resolveu a dívida histórica de R$ 1,2 bilhão da administração municipal com a empresa.

“A grande problemática da cidade era na questão da infraestrutura que vai embaixo da terra, que as pessoas costumam não enxergar. Tínhamos problemas de rede, de águas pluviais, de rede de esgoto e minha preocupação era como eu teria investimento na Saned, se já iniciava o mandato com uma dívida que estava em execução fiscal. Não tinha o que fazer! Por isso, preferi fazer o acordo, porque sei que um bom acordo seria bom para todo mundo: prefeitura, Sabesp e, principalmente, a população”, afirmou.

A parceria garantiu um plano de investimento de mais de R$ 400 milhões da Sabesp no município pelos próximos 20 anos, manutenção dos funcionários da extinta Saned (empresa municipal de saneamento), além do repasse de R$ 95 milhões ao município, que foram utilizados pela prefeitura em obras e melhorias em saneamento ambiental, voltadas à drenagem urbana.

“Tivemos muitos avanços e um que foi marcante foi a rede de água no Sítio Joaninha. É quase impossível imaginar que na Região Metropolitana de São Paulo havia um bairro com mais de cinco mil famílias sem água, sendo alimentado por caminhão pipa. Se um ponto humanitário da negociação era a manutenção dos funcionários, o outro foi a questão de servir o Joaninha e outros bairros na mesma situação, como o Caviúna e o Iguassu, que também não contavam com água na torneira. É absurdo você pensar que no século 21 alguém abre a torneira e sai poeira, é muito dolorido. Graças a esse trabalho, hoje Diadema não tem nenhum bairro sem água encanada”, comentou.

 

Acordo

Michels salientou, ainda, que nestes quatro anos a Sabesp vem cumprindo o acordo, que foi baseado em três pontos. O primeiro era a manutenção dos funcionários, o segundo é o plano de investimentos que vem acontecendo e o terceiro foi o repasse de R$ 95 milhões ao município para execução de obras complementares de saneamento ambiental realizadas pela prefeitura, com fiscalização da Sabesp. Neste último ponto, o município foi beneficiado com várias obras de drenagem, como galerias de águas pluviais, sarjetas, calçadas, necessárias para a captação das águas de chuva, além do recapeamento de mais de 500 km de asfalto após as obras. “Diadema teve obras em todos os cantos e em vários núcleos habitacionais, obras muito importantes”, disse.

O prefeito ainda aconselhou as demais cidades que enfrentam os mesmos desafios que Diadema venceu. “Meu conselhos aos prefeitos que estejam na mesma situação que eu estava é que façam isso o mais rápido possível pelos seguintes motivos: primeiro, estarão olhando para o saneamento da cidade; segundo, estarão resolvendo uma dívida que, às vezes, é insolúvel, por que mesmo que você queria fazer o pagamento, a sua própria empresa fica sem poder de investimento na cidade. E terceiro, a Sabesp é uma das maiores empresas do mundo, é uma empresa que tem capacidade, é séria e o relacionamento é muito bom. Óbvio que temos alguns desentendimentos, mas isso é normal e nos acertamos no dia a dia. Só tenho a agradecer essa parceria, a gente tem uma relação muito boa, até porque a maior parte dos funcionários era funcionário Saned e com o nosso carinho e nosso cuidado parece que hoje eles fazem o trabalho com mais amor ainda do que faziam”, destacou.

“A primeira preocupação foi com as pessoas que trabalhavam na Saned e não tinham culpa do que estava acontecendo”

Segundo o prefeito, os funcionários da Saned foram tratados como prioridade no acordo. “A primeira preocupação foi com as pessoas que trabalhavam na Saned e não tinham culpa do que estava acontecendo, elas haviam passado num concurso, tinham uma estabilidade. A Saned possuía ótimos funcionários que deviam ser aproveitados, então o ponto principal era a garantia da Sabesp com os meus 300 funcionários. Eles foram a minha primeira preocupação na relação de negociação, porque ali havia pais e mães de família que não podiam ser tratados como meras galerias. Assim, encaixamos essa questão nas reuniões, explicamos ao Conselho de Administração da Sabesp que já havia mão de obra pronta para o trabalho e conseguimos garantir o emprego deles. Esse foi o principal ponto na relação comercial que tivemos. O segundo ponto era trazer qualidade para o saneamento da cidade e fizemos o maior plano de saneamento da história de Diadema”, citou Michels.

Ele enumerou, também, os avanços no tratamento de esgoto (de 15% para 50%) com as obras de coletores tronco e inúmeras melhorias na operação de água, como regularização de ligações clandestinas em toda a cidade, continuidade de tarifa social para todos os que precisam, novos reservatórios de água no Jardim Inamar, adutora Nações-Real, boosters em pontos altos do município que resolveram o problema de falta de água, troca de redes, redução de perdas, dentre outras melhorias que foram e continuam sendo executadas.

Funcionários aprovam mudança

Adenizia Mezini, tecnóloga

“Minha vida profissional melhorou, ampliou conhecimento. A visão é maior, antes a gente estava concentrada só no município. A gente já conhecia o município como a palma da mão. Hoje temos municípios diferentes para trabalhar. A Billings trabalha com São Bernardo, Ribeirão, Rio Grande da Serra e cada município tem uma realidade diferente. São Bernardo, por exemplo, é muito maior, tem áreas que são até mais adensadas do que Diadema, alguns núcleos, comunidades que são muito adensadas. Os problemas de esgoto são diferentes, o que a gente mais encontrava dificuldade era fundo de vale, lá não, lá tem todo o tipo. A possibilidade de você estar expandindo conhecimento com todas essas coisas diferentes. A participação em congressos é muito maior, os cursos oferecidos, benefícios, isso melhorou porque como a Sabesp é uma empresa muito maior, tem mais recursos e condições de oferecer treinamentos dá para gente aprimorar o conhecimento e ampliar o horizonte. Você consegue planejar uma coisa e ver aquilo sendo executado.”

Adriana dos Santos Dias, Técnica de Sistemas de Saneamento

“A Saned foi uma escola para gente porque tivemos todas as situações possíveis e também trabalhar em todo o ciclo de saneamento. Como era um município tivemos essa oportunidade. Só que assim mudando para a Sabesp, em termos de gestão, agregou muita coisa porque tem um modelo todo estruturado, que é essa ferramenta do Modelo de Excelência da Gestão, que na Saned a gente não tinha, nem conhecia. Então, em gestão agregou muita coisa, a gente aprendeu muito já e é uma oportunidade na carreira de desenvolver os trabalhos, porque na Saned os recursos eram restritos. Na Sabesp, a gente tem começo, meio e fim e após desenvolver todo o ciclo de gestão ainda tem a oportunidade de apresentar para fora. Eu estou tendo a oportunidade de apresentar para fora do Brasil. Vou para Portugal apresentar o trabalho “uma nova metodologia para redução de perdas aparentes”. Já apresentei aqui no Brasil na Fenasan e na Sibesa, e em Portugal, será no Silubesa. Estou muito feliz, foi uma transformação na minha carreira. A Sabesp tem um modelo estruturado, todo um planejamento de investimentos, de tecnologias, de renovação de infraestrutura. Estamos fazendo trabalhos por setores de abastecimento, renovando a rede de água, trocando medidores, colocando a melhor tecnologia, então não tem nem o que comparar”.

Nilvando de Oliveira Martins – Trabalha na Operação de Água de Diadema

“Essa parte de integração foi maravilhosa, porque a gente pôde conhecer realmente qual era a intenção da Sabesp com relação aos funcionários da Saned, então foi maravilhoso nesse aspecto. A gente ouve uma coisa negativa, que ia durar um, dois anos e ia ser mandado embora, mas foi totalmente ao contrário. A força de trabalho da Saned acabou sendo muito valorizada quando entrou para a Sabesp, quando tivemos essa integração, porque agregou conhecimento. E o acolhimento que foi feito pela Sabesp foi muito maravilhoso.”

Imagem: Thiago Benedetti

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