Da Redação
O GRU Airport – Aeroporto Internacional de São Paulo, em Cumbica, passou a monitorar os voos de drones num raio de 8 km para analisar a existência de riscos à segurança nas decolagens e aterrissagens das aeronaves. O trabalho de monitoramento vem sendo feito em caráter de teste desde o mês de setembro em cooperação com a empresa brasileira DroneControl, que desenvolve sistemas de proteção contra drones não autorizados.
“O sistema opera em tempo real e é capaz de detectar, identificar e rastrear drones, além de enviar avisos de alerta via SMS ou e-mail quando há aproximação do perímetro de segurança”, explica Rogério Vale, gerente de Operações da DroneControl. O perímetro de segurança é configurável. No caso do GRU Airport os alertas são gerados sempre que um drone voa a 7 e 5 km do aeroporto, ou quando há uma aproximação crítica das cabeceiras ou das pistas.
“O grande diferencial do sistema é sua interface gráfica, que apresenta em tempo real a trajetória do drone e a exata localização do piloto. Os dados podem ser acessados remotamente através de software na nuvem e o histórico de ocorrências também é gravado”, acrescenta.
Desde que o sistema foi implantado, já foram detectados e rastreados 457 voos realizados por 132 drones diferentes nas imediações do aeroporto. “Nós nos surpreendemos com a quantidade de drones voando próximos, mas em nenhum dos casos houve uma aproximação crítica”, conta Amauri Alves, gerente de Segurança Operacional de GRU. A decisão de fazer o monitoramento, segundo ele, se deveu aos avistamentos de drones por pilotos. Só em 2018 foram três casos. “O sinal de alerta veio quando um drone caiu em um dos hangares em construção em maio passado”, conta.
Legislação
O Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA) determina que os drones devem manter uma distância segura dos aeroportos. Para voos até 100 pés (cerca de 30 metros), a operação deve ocorrer a aproximadamente 5,4 quilômetros. Para voos entre 100 e 400 pés (30 a 120 metros), cerca de 9 quilômetros. No monitoramento do GRU Airport foram rastreados 160 voos de drones que infringiram essas regras.
Segundo Alves, “aperfeiçoar cada vez mais o monitoramento é extremamente importante para garantir a segurança das aeronaves que operam no aeroporto. Hoje, se um drone é avistado em uma área crítica, o procedimento que vem sendo adotado é suspender as operações do aeroporto até conseguir tirá-lo da área de segurança. Este procedimento, no entanto, deverá ser aperfeiçoado quando as autoridades competentes definirem protocolos para esses casos”, finaliza.
Imagem: Paulo Pinto/Fotos Públicas