Após polêmica com as eleições, WhatsApp limita reenvios de mensagens a cinco usuários

São Paulo- SP- Brasil- 17/12/2015- Por decisão judicial, as operadoras de telefonia móvel foram obrigadas a bloquear pelo período de 48 horas, em todo o Brasil, o aplicativo de troca de mensagens Whatsapp. A medida foi determinada pela 1ª Vara Criminal de São Bernardo do Campo (SP), na tarde de ontem (16/12) e está sendo cumprida desde a 00:00 desta quinta-feira (17/12). Foto: Allan White/ Fotos Públicas
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Da Redação

O WhatsApp anunciou hoje que vai limitar o reenvio de mensagens em seu aplicativo dos atuais 20 para até cinco contatos da lista pessoal. Segundo a empresa, a medida “vai ajudar a manter o WhatsApp focado em mensagens privadas com contatos próximos”.

A mudança será implementada a partir de hoje, através de uma atualização no aplicativo, e foi decidida, diz a companhia, após ouvir a avaliação de usuários do durante seis meses. 

A mudança ocorre meses após o WhatsApp ser alvo de polêmicas durante a campanha eleitoral, quando a plataforma foi acusada de ser usada para disseminar rapidamente notícias falsas. 

Um grupo de especialistas brasileiros chegou a pedir à empresa, durante a eleição, que restringisse o número de reenvios já naquela época, a exemplo do que ocorreu na Índia em julho. 

Naquele momento, o reenvio de mensagens foi restringido de 256 para 20 contatos em todo o mundo após uma onda de linchamentos na Índia matar 20 supostos suspeitos de serem sequestradores de crianças, ladrões e predadores sexuais. Na época, o próprio WhatsApp, no entanto, disse não ser possível realizar outra mudança. 

Para o professor Pablo Ortellado, um dos especialistas que fizeram apelo à empresa, a mudança vai na direção certa. “O WhatsApp tem duas características que são muito incompatíveis: a privacidade e comunicação em massa”, disse. “A privacidade é fundamental na comunicação pessoal, é um direito civil importante, mas quando é combinada com comunicação de massa, traz muitos problemas. Ela permite uma comunicação com milhões e uma campanha desinformação de massa, na qual as pessoas não sabem nem quem foi o autor da mensagem e impedem o contraditório “

Para Ortellado, a decisão, no entanto, é apenas metade do caminho. “Acho que fica faltando limitar a criação de listas de transmissão. Hoje, você continua podendo mandar o mesmo conteúdo para 256 contatos. É a outra metade da mesma estratégia: um produtor espalha para 256 ativistas. E cada um deles podia reencaminhar para outros 20 grupos”, explicou.

Imagem: Allan White/ Fotos Públicas

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