A declaração do Presidente Bolsonaro e de seu Ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araujo, de que o nazismo foi um movimento de esquerda reflete a absoluta ignorância destes personagens acerca da história da humanidade, aliás, esquecendo que após a Primeira Grande Guerra ocorreu inúmeros movimentos da resistência ao crescimento do comunismo no mundo, permitindo o aparecimento de grupos radicais de direita, como o Partido Nazista, responsável pelo Holocausto.
Os historiadores dizem que o nazismo era um movimento nacionalista de ultradireita, que se dizia totalmente contrário à esquerda, ao comunismo e ao socialismo, portanto, muito diferente do entendimento presidente brasileiro e de seu ministro, com isso nos fazendo passar vergonha mundo a fora diante da “cultura” de nossos políticos
Aliás, é difícil compreender a cabeça de Bolsonaro, que parece pouco se importar com as opiniões de seu próprio governo, desprezando sua equipe econômica que prevê sérias retaliações pelos países árabes, grandes importadores de produtos brasileiros, descontentes com a criação do escritório de representação em Jerusalém, tanto que a Palestina imediatamente decidiu chamar seu embaixador no Brasil para explicações, o que demonstra sua reprovação às ações do presidente naquele continente.
Não bastasse o desconforto gerado nas relações internacionais diante de tão delicado tema, muito além da geopolítica, como reconhecido pela Ministra da Agricultura, Tereza Cristina, nesta semana tivemos mais uma pérola produzida pelo filho do presidente, Flávio Bolsonaro, que se autorizou a responder uma manifestação do Hamas, postando em rede social e logo depois apagando a frase “quero que vocês se explodam”, numa brincadeira de mal gosto que não se admite de político algum.
Não é demais lembrar ao primogênito do presidente que o Hamas, muito além de um simples partido político que representa, é considerado o mais importante movimento fundamentalista islâmico da Palestina, aliás, reconhecido como organização terrorista pela União Europeia, Israel e Estados Unidos, entre outros, o que causa preocupação em nossas relações internacionais diante da fala de um senador da república, cuja atuação nas redes sociais bem parece verdadeiro vale tudo, onde não há limites e responsabilidades na alegria que sente em desaforar os contrários.
Como disse em outras publicações, vivemos tempos sombrios de ataques à democracia e ao Estado de Direito, o que é contornável até mesmo diante de nossa Constituição; contudo, as aberrações estão saindo dos nossos domínios, agora vão além das fronteiras, a sorte é que a má formação cultural dos nossos políticos é reconhecida internacionalmente, perigo é se nos levassem a sério.