A novela da TV Câmara de Guarulhos continua hoje, último dia para a apresentação de recursos na licitação para o aluguel de equipamentos, um processo que começou no ano passado e parece interminável. Por causa dele, a emissora está fora de operação deixando pelo menos vinte jornalistas, todos concursados, sem ter o que fazer no prédio da rua João Gonçalves, onde funcionam também o plenário, a administração do legislativo e gabinetes dos trinta e quatro vereadores.
O último dos pregões realizados – já aconteceram pelo menos três até agora – culminou com uma empresa vencedora, a Rio Brasil, sediada no Rio de Janeiro. Ela se comprometeu a fornecer todos os equipamentos por 30 mil reais mensais. As propostas começaram com 75 mil. O valor foi jogado pra baixo pelas ofertas de uma segunda empresa, a Target, que a princípio, sagrou-se vencedora, mas depois foi desclassificada por não ter apresentado um dos documentos exigidos. A Target tem sede em Guarulhos e não há notícia de ter experiência em operações de fornecimento e manutenção de equipamentos televisivos.
Dificuldades
O preço que levou os valores da licitação para baixo, segundo técnicos, acabou se mostrando impraticável, por dois motivos. Primeiro, a empresa vencedora, além de fornecer os equipamentos é obrigada a promover a instalação e manutenção dos mesmos, segundo os termos da licitação. O custo desses equipamentos, segundo esses mesmos técnicos, foi orçado em “pelo menos” 700 mil reais. Aí estão incluídos cinco computadores Macintosh de última geração para edição das reportagens, além, é claro, de câmeras, microfones, luzes, tripés, cabos e, pasmem, uma câmera robótica que, segundo fui informado, só o Jornal Nacional, da TV Globo, dispõe…
Existe aí um outro problema levantado por uma das empresas concorrentes. A duração do contrato é de apenas um ano. Isso inviabiliza o investimento que só seria compensador com um prazo mais longo.
A informação de bastidor, ontem, era a de que “está difícil” para a empresa vencedora da licitação cumprir com todas as exigências colocadas pelos funcionários do setor de compras da Câmara. Comentava-se sobre uma possível tentativa de sublocar esses equipamentos para viabilizar a assinatura do contrato. Falava-se também na possibilidade de um novo recurso. Essa hipótese pode ocorrer, mas é improvável que a Comissão de Licitação concorde. De qualquer forma, hoje a gente vai saber.