Coluna Livre com Hermano Henning

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Alguém me lembrou ontem, ao ler minha coluna que falava da dispensa de Marco Antônio Villa da Rádio Jovem Pan, do episódio que envolveu o também comentarista político da emissora Reinaldo Azevedo, primeiro âncora do programa “Os Pingos nos Is”, que continua no ar com os apresentadores, Augusto Nunes e Felipe Moura Brasil.

Azevedo, jornalista declaradamente conservador, sem nenhum constrangimento em se confessar “de direita” ainda quando isso era considerado obsceno, mostrou-se um fenômeno de audiência no rádio. Mas a exemplo do professor Villa, foi também dispensado quando o conteúdo de seus comentários começou a desagradar a direção da rádio.

Quando batia em Lula e Dilma Rousseff, apoiando o impeachment da presidente, convocando o povo a participar das manifestações da avenida Paulista, Azevedo era senhor da programação. Mas a coisa virou quando começou a defender Lula contra o que chamava de “golpe dos promotores da Lava Jato” sob a liderança de Sérgio Moro, o juiz federal de Curitiba. Moro foi o primeiro juiz a decidir pela prisão do ex-presidente por corrupção e lavagem de dinheiro.

Não só na Jovem Pan, como também no jornal Folha de São Paulo, onde é colunista, Reinaldo Azevedo reiterou várias vezes que, “Lula foi condenado sem provas”. Referia-se aos processos do apartamento no Guarujá e o sítio de Atibaia.

Foi dispensado.

“Não sou moleque”

Ontem Marco Antônio Villa confirmou minha informação dada aqui em primeira mão. Não houve dispensa formal do professor e comentarista.

“Não estou de férias nem fui demitido” disse. Revelou que recebeu a comunicação do vice-presidente da rádio José Carlos Pereira dizendo que “não queria os meus serviços pelos próximos trinta dias”.

Villa lembra que sempre fez oposição aos quatro últimos governos: Lula, Dilma, Temer e Bolsonaro. E afirma que “o poder nunca gostou de críticas”.

Só que, enquanto essas críticas eram endereçadas aos três primeiros, tudo bem. A coisa só se complicou quando ele começou a bater forte em Bolsonaro. Mais ainda, no homem forte da Virgínia, tido como o guru da extrema direita, professor, sociólogo e astrólogo, Olavo de Carvalho.

Villa reagiu: “Não é agradável o que estou passando, não sou moleque. Tenho história”. Mas, não sabe dizer se foi Bolsonaro ou não que pediu sua cabeça à direção da rádio.

A Jovem Pan, em nota lida pelo diretor de jornalismo Felipe Moura Brasil, sustenta que o presidente “nunca pediu a cabeça de ninguém na empresa”.

Precisava?

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