Coluna Livre com Hermano Henning

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Manchete desta Folha de ontem dá conta que cada um dos 34 vereadores de nossa Câmara nos custa 2,8 milhões de reais por ano. Nós pagamos quase 98 milhões de reais, todos os anos, para tê-los trabalhando duas vezes por semana, as terças e quintas-feiras, por algumas horas, em plenário. Isso quando a maioria comparece. Faltar quórum não é raro.

Alguns deles gostam de acrescentar que não é só no trabalho em plenário que se resume a função do vereador. De fato, mas isso só acontece com alguns deles. Fora isso há o trabalho de campo. O atendimento aos eleitores. Cada um deles tem o direito de manter até quinze assessores, veículo à disposição com cota de combustível também pago por nós. E por aí vai…

Não encontrei no Google o salário real do vereador em Guarulhos, mas posso afirmar que não é menos de 15 mil reais. Salário direto, sem os benefícios extras como a gasolina de seus automóveis.

Como somos a segunda cidade do estado, o primeiro município depois da capital em número de habitantes e eleitores, é aceitável que sejamos também o segundo nas despesas. Só que Campinas, com um parlamentar a menos, gasta um pouco mais. O total dos gastos na Câmara de Campinas passa dos cem milhões anuais.

É um poder do qual a Democracia precisa pra funcionar. Quanto a isso não há o que discutir. O que importa mesmo neste levantamento feito pelo Tribunal de Contas do Estado com dados do IBGE é a importância que a comunidade deve dar a esses números.

Agora, mais do que estarmos conscientes de que esses homens e mulheres da Câmara estão ali a nosso serviço, pagos por nós, é imperativo que eles saibam disso. Sejam alertados. E procurem exercer o trabalho com a dignidade e dedicação necessárias. Ou serão dispensados. Com justa causa.

Votos no Supremo

Estava escrito. Foi mais uma defesa pessoal do que propriamente um voto. Que Gilmar Mendes fosse defender em plenário a prisão só quando vencidas todas as instâncias, ao contrário do que é hoje, já se sabia há muito tempo. Essa é a posição que deixa o ex-presidente Lula em liberdade. Até quando ninguém sabe.

Por sinal, foi a primeira vez que ouvi o nome do ex-presidente neste julgamento. Até então nenhum deles havia sequer tocado no nome do ex-presidente.

Mendes se defendeu e votou pelo “Lula Livre” como era esperado. E aproveitou para ofender o professor e jurista Modesto Carvalhosa, mostrando todo o rancor que costuma cultivar em relação a quem ousa pensar diferente dele. Foi baixo.

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