Lucy Tamborino
Um total de 1,2 mil estudantes estrangeiros estuda hoje nas escolas públicas de Guarulhos. Uma nacionalidade concentra mais da metade de todos os alunos: a boliviana com 777 alunos. Em sequência estão os haitianos, japoneses e paraguaios, com 69; 65 e 59 pessoas neste perfil, respectivamente.
Entre os estudantes estão o boliviano Maicon Ademar Lankue e o colombiano Dawend Castaneda de Becerra, ambos de 14 anos. Eles estudam na Escola Estadual Dona Brasília Castanho de Oliveira, no Jardim Santa Mena. Lankue veio de La Paz para o Brasil ainda com dois anos, já Becerra saiu de Pereira e está aqui há um ano.
O motivo da vinda da família para o país dos dois é o mesmo: a busca por um emprego, ambas trabalham vendendo roupas hoje. “Meus amigos acharam que eu estava brincando, mas quando vim para cá não fiquei com medo. Meu pai viajou e agora me levou”, disse Becerra. Ele conta que lá as roupas eram menos coloridas e que daqui gosta do futebol. O estudante acredita que os brasileiros também são mais acolhedores. “O brasileiro é mais amigável, o colombiano nem tanto”, diz.
O esporte também é algo compartilhado por Lankue. “O que gosto daqui é jogar bola e ir para praia ficar passeando”, destaca. O adolescente também diz que feijoada e lasanha estão entre suas comidas preferidas.
Inclusão
Na rede estadual os alunos contam ao longo de todo o período letivo de apoio pedagógico de professores e diretores. A secretaria também mantém um Núcleo de Inclusão Educacional (NINC), criado para definir diretrizes de recepção e adaptação destes alunos. Além disso, algumas escolas já realizaram atividades para acolhimento, como feira das nações. Por meio delas os estudantes podem entrar em contato com diferentes tipos de culturas, inclusive a cultura do novo aluno que é estrangeiro, informou a pasta.
Além disso, nas escolas do município a Proposta Curricular “Quadro de Saberes Necessários” orienta os professores da rede municipal quanto à valorização da diversidade cultural. As Diretorias Regionais de Ensino também ofertam suporte técnico e pedagógico às unidades escolares, cursos, seminários, palestras, entre outras modalidades de formação continuada, por meio de seus Núcleos Pedagógicos. As atividades são voltadas à formação dos coordenadores e professores.
Imagem: Lucy Tamborino