José Augusto Pinheiro
jornalista, escritor, palestrante, coach, mestre de
cerimônias e orador da Academia Guarulhense de Letras.
O tempo é o bem mais precioso do mundo.
Caracteriza-se por ser pessoal, intransferível e irrecuperável. É rigorosamente
o único patrimônio cuja distribuição goza de plena isonomia; ou seja, não
importa qual o seu papel no teatro da vida: o seu dia tem 24 horas. É o maior
presente concedido a cada um de nós pelo Criador do Universo. Essa informação
eleva a autoestima de qualquer pessoa. Já somos todos ricos!
O aspecto mais importante, no entanto, é saber
como estão sendo investidos os 1.440 minutos colocados na nossa conta vital à
meia-noite. A maioria de nós já começa consumindo esse precioso tempo se
recuperando do dia anterior. Dormindo, literalmente. Até quando? Reside aqui o
primeiro diferencial entre os filhos de Deus.
É tão gostoso permanecer no calor dos lençóis
macios o máximo possível. Mas… o tempo urge! Daí vem a palavra urgente. É
profundamente estressante adiar o inevitável. Ao sair da cama aos 48 minutos da
etapa final, após sucessivos toques no botão soneca do despertador, o ser
humano passa a travar incrível batalha contra o relógio. O físico alemão Albert
Einstein (1879-1955) imortalizou-se ao imaginar o impensável: a relatividade do
tempo. Em outras palavras, quando temos um único minuto disponível parece-nos
que a sua duração é de 10 segundos. Por outro lado, quando nós estamos
esperando por alguém ou enfrentando intensa dor, cada segundo parece ser
eterno.
Os gregos entendem bem o conceito de ‘chronos’,
o tempo dos homens, aquele que serve de referência para os mais variados
compromissos sociais. Combinado um horário, recomenda-se chegar alguns minutos
antes, sob o risco de se colocar em jogo toda a credibilidade duramente
conquistada. Imprevistos acontecem, mas devem ser a exceção à regra. Eu aprendi
muito sobre pontualidade quando trabalhei em banco, cujo expediente externo tem
início pontualmente às 10 horas, e no rádio, quando a abertura do programa
jamais atrasava.
Existe também o ‘kairós’ – o Tempo de Deus -,
instante em que o alinhamento cósmico se volta na direção do sujeito da ação ou
da reação. É quando o imponderável se nos apresenta. Os céticos diriam
tratar-se de acaso, no entanto, “o Pai não joga dados”. Muito do que nos
acontece foge completamente ao nosso controle. E não há o que fazer a respeito,
senão orar com fervor. Os nossos planos podem ser bons, mas a Visão do Criador
é infinitamente mais panorâmica. Fazer a nossa parte até o limite da nossa
compreensão, confiando o restante a Quem de direito: tempestivo sinal de
Sabedoria. Bem-vindo, irmão; bem-vinda irmã! Eis a maestria.
Olho: Como estão sendo investidos os 1.440
minutos colocados na sua conta vital a cada meia-noite?