Calcula-se que teremos, em todo Brasil, cerca de meio milhão de candidatos a prefeito, vice e vereadores neste ano de 2020. Estarão na disputa de 60 mil cadeiras, tanto no Executivo quanto no Legislativo.
Em Guarulhos, para elegermos 34 vereadores, prefeito e vice, eu chuto: quatrocentos candidatos. (Quem tiver outro número, favor se manifestar)
Não sei se todos eles receberão um pedacinho desse bolão. São 3 bilhões pra gastar na campanha. Dois bilhões aprovados pelo presidente Bolsonaro com mais um bilhão do fundo partidário.
Só que, pra chegar ao candidato a vereador em Guarulhos o caminho é longo e difícil. Quem decide a distribuição da grana é o presidente do diretório municipal do partido. O jogo começa aí. Teremos, forçosamente, os candidatos preferenciais.
Tenho por mim que, não sendo PT ou PSL, o dinheiro será pouquíssimo já que o aspirante ao cargo de vereador está no fim da linha. Primeiro tem o candidato a prefeito.
PT e PSL ficam com o maior quinhão. Candidatos do antigo partido de Bolsonaro não estarão contando muito. Sem as coligações, não vejo a agremiação com muitas chances. O mesmo não ocorre com o partido dos trabalhadores.
O PT fica com o melhor pedaço desta torta de maçã. A executiva do partido decide quem leva e quem não leva a ajuda do fundão e da verba agora aprovada.
Acho que, pela importância, o município de Guarulhos, segundo do Estado em número de habitantes e eleitores, por certo será bem considerado. No estado, na frente da gente só São Paulo, a capital. E a chance do ser bem-sucedido aqui é muito maior do que na maioria das cidades onde o PT concorre, a começar pelo ABC e toda a região metropolitana.
Elói Pietá, já praticamente escolhido candidato a prefeito, será o mais afortunado. O partido que sempre se auto definiu como porta-voz dos menos favorecidos, terá o maior volume de recursos oferecido pela União pra fazer sua campanha. Está na lei.
O leitor poderá argumentar, com razão, que não é só de verba pública que se faz política. Há também as contribuições pessoais que substituirão as doações de empresas, agora proibidas.
Essa história de doação nunca enganou. A empresa, quando financia um partido quer a volta. Não foi assim com as empreiteiras da Lava Jato?
Mas não me iludo. Sempre terá aquele dinheirinho (ou dinheirão) que entra por fora, conhecido como caixa dois. Só que isso é crime, tem gente de olho, e, por isso, é melhor não arriscar…
Apesar disso, há quem diga que aqui em Guarulhos, esse processo (o “por fora”) já começou. Não acredito.