O deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ) tenta proibir a divulgação da pesquisa Datafolha sobre a intenção de voto para a eleição de outubro deste ano.
Primeiro colocado nas pesquisas no cenário sem Lula, o deputado recorreu ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) com a intenção de barrar a publicação do resultado.
Até a noite de ontem, o tribunal não havia se manifestado sobre o caso.
Bolsonaro queixa-se sobretudo de uma questão a respeito de seu patrimônio.
“Você tomou conhecimento sobre denúncias envolvendo o aumento do patrimônio da família do deputado Jair Bolsonaro desde o início da sua carreira política?”, perguntou o Datafolha aos entrevistados.
A questão atribuiu a Bolsonaro, diz sua defesa, “a pecha de denunciado por enriquecimento ilícito, de forma manifestamente difamatória”. O texto afirma que ele nunca foi denunciado por acréscimo de patrimônio.
“Os questionamentos apresentados se revelam tendenciosos, com nítido objetivo de manipular não apenas o eleitor consultado, mas também aqueles que do seu conteúdo tiverem conhecimento”, afirma a representação protocolada no TSE pelos advogados do deputado.
Segundo o Datafolha, o questionamento acerca do patrimônio de Bolsonaro foi feito após as perguntas sobre intenção de voto, sendo, portanto, impossível ter exercido alguma influência no resultado obtido em relação à corrida presidencial.
No começo do mês, reportagem da Folha de S.Paulo apontou que o patrimônio de Bolsonaro se multiplicou desde 1988, início de sua carreira política.
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Quando entrou na política, Bolsonaro declarou ter apenas um Fiat Panorama, uma moto e dois lotes de pequeno valor, valendo pouco mais de R$ 10 mil em dinheiro atual. Desde então, sua única profissão é a política.
A Folha de S.Paulo também revelou que Bolsonaro usa verba pública para empregar uma vizinha que vende açaí em Angra Dos Reis (RJ).
De acordo com o Datafolha, um em cada três brasileiros (34%) tomou conhecimento das reportagens acerca do aumento de patrimônio de Bolsonaro.
Desse grupo, 9% estão bem informados sobre o assunto, 18% estão mais ou menos informados e 7% se consideram mal informados.
(Folhapress)
Foto: Ueslei Marcelino/Reuters