Coluna Livre com Hermano Henning

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Embora seja muito cedo para qualquer prognóstico, a eleição deste ano em Guarulhos parece se encaminhar para uma disputa entre o atual prefeito Guti e um candidato do Partido dos Trabalhadores, o PT, personificado pelo ex-deputado Elói Pietá, que já governou a cidade por dois mandatos seguidos. Não acredito em surpresas.

Têm-se como favas contadas a presença do atual prefeito num esperado segundo turno. E do outro lado, com todos os problemas da legenda com as denúncias e processos já julgados de corrupção e envolvimento com empreiteiras, o lulismo continua forte no Município. Na verdade, dizem, o petrolão não chegou aqui. O funcionalismo público e os sindicatos de trabalhadores exercem papel importante e mais uma vez estarão com o PT de Elói e Lula. Espera-se.

Em São Paulo, o buraco é mais embaixo. Lula quer porque quer Fernando Haddad. O Ex-presidente acha que, para se ter algum sucesso na capital, o partido não pode prescindir da figura do ex-prefeito. O nome ainda está na lembrança de todos em função da última eleição presidencial. Só tem um problema: há resistência.

Pelo que se sentiu até agora, o próprio Haddad não estaria disposto a enfrentar o desafio. O medo de uma derrota como a que aconteceu quando tentou permanecer na prefeitura e perdeu no primeiro turno para João Doria permanece intransponível na cabeça do professor da USP. E tem o desejo de novamente tentar a presidência em 2022 caso o próprio Lula não possa se candidatar, o que é muito provável.

É isso aí. A solução aqui de Guarulhos está difícil em São Paulo. Uma prévia já está riscada do mapa. Lula não quer. E a palavra dele é lei no partido. Como sempre foi.

Ouvi estes dias até o nome de Marta Suplicy. Embora queimada por sua adesão ao impeachment da presidenta Dilma, Lula não deixou de se lembrar dela para compor uma chapa para o pleito do próximo mês de outubro. Como se sabe, o ex-presidente não guarda mágoas. É, segundo ele próprio, uma “metamorfose ambulante”.

Marta pode compor, quem sabe, uma chapa com o próprio Haddad, se o ex-prefeito e candidato derrotado à presidência por fim concordar. Como vice, Marta poderia chegar onde ela sempre quis, sem esconder de ninguém. Mas como?

A solução é simples. Aceita ser vice de Haddad e, caso o sucesso aconteça – apesar de ser uma aposta difícil – o salto pode acontecer. Haddad se afasta para ser candidato ao governo do Estado e abre caminho para Marta assumir a Prefeitura. Tudo com o aval do ex-presidente. Simples, não?

Só falta combinar com os eleitores.

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