Da Redação
Foram divulgados ontem os áudios que motivaram a abertura de uma Comissão Especial de Inquérito (CEI) para investigar uma suposta extorsão do pré-candidato ao Governo do Estado e vice-prefeito de Guarulhos, Alexandre Zeitune (Rede).
No entanto, nas conversas, obtidas por um jornal da cidade, chamam a atenção a participação de uma terceira pessoa que funciona como uma espécie de operador.
O homem intermedia toda a negociação com um empresário, que também não é identificado. É possível compreender ele tentando convencer o empresário a contribuir financeiramente para a implantação de um comitê eleitoral que deveria ser usado para as campanhas de Zeitune e Marina Silva – esta última à Presidência da República.
Nos áudios os valores acertados são claros, sendo R$ 7 milhões para a campanha de Zeitune e R$ 5 milhões para Marina. Os locais, porém, não foram revelados.
Além desses valores, o operador ainda oferece a utilização de um software com custo de R$ 300 mil que seria adquirido por uma das três empresas de Zeitune. A garantia do negócio é explicada pela boa reputação que o pré-candidato da Rede possui. “Zeitune é uma pessoa muito bem quista, ele é muito bem quisto. Sabe uma pessoa que é leal? Sabe uma pessoa que, meu, ele é assim. Ele fez grana sendo assim”, diz o operador em trecho do áudio.
Para viabilizar o trâmite, ainda seria utilizada a cooperativa de crédito que Zeitune atua em um dos cargos da direção. Dessa forma, o operador esclarece que seria mais fácil as transações ocorrerem sem deixar rastros.
Os áudios divulgados são os mesmos que foram entregues anonimamente para o vereador e presidente da CEI, Marcelo Seminaldo (PT). O material deverá seguir para a perícia.
Foto: Karina Yamada