Nos últimos anos os investidores tiveram mais acesso a informações sobre aplicações em títulos do governo, no sistema chamado Tesouro Direto. Entre os atrativos, a facilidade de investir com valores baixos e a segurança no longo prazo levaram muitos brasileiros a colocar seu dinheiro neste tipo de aplicação. As opções, realmente, são muitas, atendendo a diversas necessidades, dependendo do perfil de cada investidor.
Mas, na lista de vantagens, o maior atrativo, principalmente para os mais conservadores, é a segurança de saber antecipadamente quanto meu investimento vai render (no caso de optar pelo índice pré-fixado). Há, até, uma certa “lenda” de que aplicando no Tesouro Direto o investidor não corre risco de perder dinheiro.
Mas, calma, que não é tão simples assim! Os títulos mais seguros do mercado financeiro também podem apresentar riscos. E é aí que se torna essencial se informar bem com seu assessor de investimentos antes de qualquer coisa.
Se a sua demanda é retirar o recurso na hora que você precisar – antes mesmo do prazo contratado -, para não sofrer com a possibilidade de perdas grandes você terá que se contentar com o Tesouro Selic e ter de retorno uma média de 3% ao ano (se considerarmos a Taxa Selic atual).
Mas se você é mais cauteloso e prefere segurança, todas as outras estratégias do Tesouro Direto possuem taxas pré-fixadas, ou seja, você sabe exatamente quanto vai ter de retorno ao ano já no ato da aplicação. Isso é ótimo para quem não quer ter surpresas.
Ora, Dani, então qual é o meu risco de perder dinheiro no Tesouro Direto?
Em um mercado de longo prazo, onde a taxa de juros pode subir a qualquer momento, seu risco é o de não esperar o rendimento no prazo contratado e, por receio ou falta de informação, fazer a retirada antes do tempo. Neste momento de crise, por exemplo, algumas aplicações no Tesouro Direto estão com a precificação do papel, no dia, negativo.
É aí que está o perigo: se o valor estiver abaixo do mercado e você retirar, vai perder dinheiro. Assim como vai ganhar se o valor do dia estiver acima do mercado. Mas aí você estará fugindo do que te motivou a aplicar em um título pré-fixado do governo: a segurança. Melhor manter sua aplicação e esperar o prazo contratado.
Essa dinâmica de verificação mencionada é feita diariamente pelo mercado com base na curva de juros futura. A essa ação damos o nome de “Marcação a Mercado”, ou MTM.
O principal para não perder dinheiro com o Tesouro Direto, portanto, é sempre ter ciência de qual é o prazo do seu investimento e respeitá-lo. Na dúvida, consulte sempre seu assessor de investimentos.
Daniella Rolim, CFP®, é graduada em Administração de Empresas, pós-graduada em Banking e tem MBA em Gestão de Negócios e Finanças. Educadora financeira formada pela DSOP, é planejadora financeira com certificação internacional CFP e diretora comercial da Flap Capital