Cidades
do litoral paulista estão reforçando o controle para evitar aglomerações nas
praias durante o feriadão de 7 de setembro, que começa no próximo sábado. Em
São Sebastião, por exemplo, estão sendo preparadas barreiras sanitárias nos
limites com Bertioga e Caraguatatuba, o que também é cogitado por Guarujá. A
região deve apertar a fiscalização para evitar cenas como as vistas no fim de
semana passado em Santos e no Rio de Janeiro.
“Vamos parar todos os veículos que não tenham placa de São Sebastião, será
feita medição de temperatura de motorista e passageiros, desinfecção dos pneus
e perguntas sobre a covid-19. Se a pessoa apresentar sintomas, será submetida
ao teste. Em caso de resultado positivo, será encaminhada imediatamente a uma
unidade de pronto atendimento”, afirmou o prefeito de São Sebastião,
Felipe Augusto (PSDB).
Ele se preocupa com aglomerações, principalmente nas praias mais famosas dos
bairros de Maresias, Baleia, Juqueí e Camburi. No último fim de semana, havia
quase 200 mil pessoas na cidade. “Inverno atípico, com 40 graus, mar em
boas condições e céu limpo, fatores que promoveram aglomeração nas praias. A
fiscalização não deu conta de todas as 18 praias, que estavam praticamente
lotadas”, acrescentou o prefeito.
O Plano São Paulo – programa de flexibilização da quarentena – proíbe
aglomerações em locais públicos, mas a prerrogativa de liberar o acesso a
praias é dos municípios, que devem garantir o cumprimento dos critérios
estaduais. Na segunda-feira, o governador João Doria (PSDB) criticou a alta
procura pelas praias e cobrou medidas mais restritivas dos prefeitos. Ontem, o
governo de São Paulo voltou a ressaltar, em nota, que dialoga com as
prefeituras para apoiar as ações no feriado. “O Estado recomenda que as
ações sejam efetivas, visando a manutenção da quarentena e a utilização de
máscaras”, indicou a nota do Palácio dos Bandeirantes.
No Guarujá, uma reunião do comitê gestor do novo coronavírus do município será
realizada e até amanhã deve sair uma decisão sobre adoção ou não de medidas
restritivas. O Decreto 13.770, de 10 de julho, permite a permanência nas praias
da cidade apenas para caminhada e prática de esporte. No fim de semana, a
prefeitura admitiu que houve aglomeração “e centenas de intervenções dos
fiscais em faixa de areia”.
Em Santos, o prefeito Paulo Alexandre Barbosa (PSDB) também demonstrou
preocupação. Por meio de nota, informou que o Conselho de Desenvolvimento
Metropolitano da Baixada Santista (Condesb) discutirá medidas estratégicas ao
longo da semana. “A pandemia não acabou. É importante que as pessoas se
mantenham conscientes. O distanciamento e as regras de higienização para
prevenção continuam. Todos, sem exceção, devem sair de casa cumprindo e
respeitando o próximo e a si mesmo”, declarou Barbosa.
Outros Estados
Depois do fim de semana de praias cheias, a prefeitura do Rio fez, na
segunda-feira passada, um apelo para que os cariocas não se aglomerem nas
areias. Embora o banho de mar esteja liberado, ocupar a faixa de areia continua
proibido. O prefeito Marcelo Crivella (Republicanos) afirmou que pedirá ajuda
ao governo fluminense para intensificar a fiscalização. Na cidade, a média
móvel de casos de coronavírus saltou de 374 para 808, entre 9 e 23 de agosto,
alta de 116%.
Em Florianópolis, a reabertura deve começar na próxima segunda-feira. Assim
como nas praias paulistas, será permitida só a prática esportiva. Restaurantes
na orla serão autorizados a colocar mesas e cadeiras ao ar livre. O decreto
será publicado ainda nesta semana para confirmar a data e a prefeitura promete
dobrar o efetivo da Guarda Municipal em feriados e fins de semana.
Em outros destinos turísticos, a ida à praia ainda não é permitida. Em
Salvador, a orla está fechada desde 18 de março, sem previsão de reabertura.
“São 50 quilômetros de orla fiscalizadas diariamente por 50 profissionais
da Guarda Civil”, informou Maurício Lima, diretor de segurança urbana e
prevenção à violência da prefeitura.
Contra praia cheia, litoral de SP terá barreira e mais fiscalização
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