Os contágios de covid-19 no planeta superaram a
marca dos 30 milhões, de acordo com o levantamento em tempo real da
Universidade Johns Hopkins, dos EUA. O número de mortes, segundo a mesma instituição,
ultrapassou os 945 mil. Enquanto a pandemia avança, países adotam
“lockdowns” parciais e tentam retomar a “normalidade”
enquanto não há perspectiva de uma vacinação universal a curto prazo.
Nesta sexta-feira, 18, o governo do Reino Unido
advertiu que poderá retomar o confinamento na Inglaterra após observar o
aumento do número de casos, com as taxas de hospitalização dobrando a cada oito
dias, segundo o Ministério da Saúde. “Queremos evitar um confinamento
nacional, mas estamos preparados para fazer isso, se necessário”, disse o
ministro da Saúde, Matt Hancock, à rede BBC. “Estamos preparados para
fazer o que for necessário, tanto para proteger vidas, quanto para proteger a
economia.”
De acordo com Hancock, novas restrições serão
aplicadas a partir desta sexta em partes do nordeste da Inglaterra. Em várias
cidades da região, que somam quase dois milhões de habitantes, ficará proibido
o encontro entre pessoas que vivam em casas diferentes, e todos os locais de
entretenimento terão de permanecer fechados entre 22h e 5h.
Além da Inglaterra, Israel começou a aplicar um
segundo “lockdown” de sua população nesta sexta-feira devido ao
ressurgimento da pandemia no país, que tem a maior taxa de contágio das últimas
duas semanas.
O primeiro-ministro Binyamin Netanyahu alertou
sobre “um aumento preocupante de infecções e pacientes gravemente
doentes” para justificar o confinamento de três semanas, que coincide com
o feriado judaico. Um “lockdown” foi imposto no final de março e
levantado em maio com a diminuição das contaminações, mas na semana passada os
novos casos atingiram máximas diárias de mais de 5 mil diagnósticos positivos.
A lista dos mortos – que já são 946.685 no mundo
– é encabeçada pelos Estados Unidos, com 197.633. Na sequência, Brasil e Índia
somam 134.935 e 84.372 mortes, respectivamente. Quanto ao número de casos, os
três países também ocupam os primeiros lugares do ranking, com Brasil e Índia
invertendo de posição.
Nesta semana, a Organização Mundial da Saúde
(OMS) alertou que o nível de transmissão da covid-19 na Europa está mais alto
do que na primeira onda da pandemia, entre março e abril. A entidade se
declarou preocupada com a redução do tempo de quarentena decidida ou planejada por
alguns países, como a França.
Novos surtos da epidemia e a maior quantidade de
testes, em comparação com a onda de março-abril, levaram o número diário de
casos a algo entre 40 mil e 50 mil. Na primeira onda, o dia 1º de abril
registrou o recorde de 43 mil contágios, de acordo com a OMS Europa. O novo
recorde absoluto diário foi registrado em 11 de setembro, com 54 mil contágios
em 24 horas.
Na Áustria, que vem apresentando números tão
altos quanto no primeiro semestre, o premiê, Sebastian Kurz, admitiu nesta
semana que a intensidade dos novos contágios já configura uma segunda onda. O
país retomou medidas restritivas. “A partir de agora, eventos em locais
fechados não poderão ter mais de 10 pessoas. Estamos diante de um crescimento
exponencial de novos casos na Áustria”, afirmou o premiê.
“Os números de setembro deveriam servir de
alerta para todos nós na Europa, onde o número de casos é superior aos
registrados em março e abril”, disse o diretor da OMS no continente, Hans
Kluge, que pediu atenção com a chegada do outono e com o início do ano escolar.
O governo da Grécia também adotou restrições,
fechando bares de música ao vivo por 14 dias e tornando obrigatório o uso de
máscaras em locais fechados – públicos e privados. Feiras e mercados abertos só
poderão operar com 50% da capacidade. Além disso, diante do aumento dos
contágios, Atenas e sua região metropolitana foram colocadas em alerta.
Na Espanha, a maior preocupação é com Madri, a
capital que responde por quase um terço dos 122 mil novos casos registrados nas
últimas duas semanas. O Ministério da Saúde alertou que a capacidade de alguns
hospitais madrilenhos está perto do limite. A velocidade dos contágios também
começou a afetar a capacidade de testagem. Na Espanha, 13% dos testes têm
resultado positivo. Em Madri, o índice de positividade chega a 22%.
Olivier Véran, ministro da Saúde da França,
incluiu na quinta-feira, 17, as cidades de Lyon e Nice na lista de “zonas
vermelhas” do país. O país agora tem 28 departamentos em estado crítico,
entre eles Paris, Marselha, Bordeaux e Guadalupe, ilha francesa no Caribe.
“Peço que, especialmente nas regiões mencionadas, os esforços sejam
redobrados e para reduzir o número de encontros entre as pessoas”,
afirmou.
Mundo chega a 30 milhões de casos de covid-19 e países retomam ‘lockdowns’
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