O governador João Doria (PSDB) disse, nesta sexta-feira, 16, durante entrevista coletiva para tratar de ações de recuperação econômica após a pandemia que tinha “vontade de mandar a conta para o ministro” Marco Aurélio de Mello, ao comentar os custos que as polícias do Estado estão tendo no processo de tentativa de recaptura do traficante André Oliveira Macedo, o André do Rap, um dos líderes da facção Primeiro Comando da Capital (PCC) foragido após ter sido beneficiado por uma decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) que libertou o então detento.
Segundo Doria, o Estado de São Paulo está gastando cerca de R$ 2 milhões em pessoal e material para recapturar André do Rap.
Marco Aurélio mandou soltar André do Rap ao seguir um entendimento de que prisões preventivas que não são renovadas a cada 90 dias devem ser extintas, segundo uma mudança legal determinada pelo Pacote Anticrime, aprovado no ano passado. Doria já havia criticado a decisão do ministro anteriormente, dizendo que “lugar de bandido é na cadeia”.
Na quarta, quando começou o julgamento do caso no STF, Doria já havia classificado como “lamentável” a decisão do ministro Marco Aurélio Mello. Ele afirmou que “a imagem do criminoso saindo de um presídio de segurança máxima pela porta da frente é um deboche à opinião publica e à polícia de São Paulo e disse ser “lamentável que um líder do PCC tenha sido libertado por um magistrado experiente.”
Em julgamento, o Supremo decidiu por 9 x 1 que André do Rap deve voltar à prisão.
Na terça, 13, a Polícia Civil de São Paulo incluiu André do Rap em sua lista de mais procurados. O traficante também teve o nome incluído na lista de procurados do Ministério da Justiça e Segurança Pública e a Polícia Federal também pediu a inclusão dele na difusão vermelha da Interpol.
No final de semana, a Secretaria de Segurança de São Paulo informou que colocou policiais dos departamentos Estadual de Investigações Criminais (DEIC), de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) e de Operações Policiais Especiais (DOPE) em busca de André do Rap.
André do Rap teve a prisão temporária decretada em abril de 2014, junto com outros 10 suspeitos, após a deflagração das Operações Hulk e Overseas pela Polícia Federal. Ele foi preso em 15 de setembro de 2019, após passar cinco anos foragido. À época, ele foi encontrado pela polícia em uma mansão em Angra dos Reis, na Costa Verde fluminense.