O governador João Doria (PSDB) anunciou que São Paulo vai receber no dia
20 de novembro as primeiras 120 mil doses da Coronavac, a vacina contra
covid-19 desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac em parceria com o
Instituto Butantan. No Estado, a fábrica para produzir o imunizante só deve
ficar pronta em setembro de 2021.
Segundo Doria, as primeiras vacinas vão ser importadas por lotes e a
expectativa é de que 6 milhões de doses cheguem ao Brasil até dezembro. O
Estado também vai receber insumos para produzir mais 40 milhões de doses da
Coronavac, de acordo com o governador.
“A Anvisa já havia confirmado e agora as autoridades sanitárias da China
também deram autorização para importação dos lotes. As primeiras 120 mil doses
chegam ao Aeroporto Internacional de Guarulhos no dia 20 de novembro”,
afirmou Doria.
O governador lembrou, no entanto, que o início da vacinação depende do aval da
Anvisa. “A vacina só será levada a público após autorização final.”
Nesta segunda-feira, 9, Doria anunciou as obras da fábrica da Coronavac, no
Instituto Butantã, que teria começado na semana passada. O projeto está em fase
de captação de recurso e a previsão é que a construção dure dez meses, segundo
o governador.
“Esta nova fábrica terá 10 mil m² e capacidade de produzir 100 milhões de
doses da vacina contra covid por ano”, disse. “Será a primeira
fábrica da América Latina.” Segundo a gestão, a implantação da fábrica
será paga por 24 empresas do setor privado, sem contrapartidas.
Presidente do Butantan, Dimas Covas afirmou que inicialmente o equipamento terá
foco contra a covid-19, mas depois produzirá outros imunizantes. “A
fábrica produzirá a vacina desde o momento zero até o final, de entregar ao
consumidor”, afirmou.
Butantan anuncia início da obra de fábrica que produzirá Coronavac
O Instituto Butantan anuncia nesta segunda-feira, 9, o início das obras
de reforma da fábrica que será responsável pela produção da Coronavac, vacina
contra covid-19 desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac em parceria com
a instituição paulista. O anúncio será feito pelo governador João Doria no
próprio instituto. A obra tem conclusão prevista para o final de 2021. Quando
estiver pronta, a estrutura será capaz de produzir até 100 milhões de doses da
vacina por ano.
A produção 100% local, portanto, só será possível a partir de 2022 e depende
ainda do processo de transferência de tecnologia da Sinovac para o Butantan.
Até lá, o instituto receberá doses prontas da China ou matéria-prima para que a
produção seja apenas finalizada no Brasil.
Segundo Dimas Covas, diretor do Butantan, a fase da produção que será feita no
Brasil engloba a formulação do produto, envase e rotulagem. Como o Butantan é
produtor de outras vacinas, essas etapas podem ser feitas em outras fábricas do
instituto já em funcionamento. “Nós temos duas linhas de produção de
formulação e envase com capacidade para 1 milhão de doses por dia”, disse
ele ao Estadão.
Passará por esse processo a matéria-prima que o Butantan deverá receber da
China nas próximas semanas para a produção de 40 milhões de doses. Outros 6
milhões de doses chegarão já prontas do país asiático.
Covas explica que o processo completo de produção da vacina não é tão simples
quanto a fase final. Ele envolve cultivo do vírus em células e posterior
inativação do patógeno para ser usado no produto (a presença do vírus na
vacina, ainda que morto, é o que leva ao desenvolvimento de anticorpos).
“O ciclo completo de produção leva cinco meses”, explica.
O Butantan recebeu autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária
(Anvisa) para importar os produtos e insumos em outubro e agora aguarda
trâmites das autoridades chinesas para que a encomenda seja enviada.
A produção em massa da Coronavac e vacinação da população, porém, ainda dependem
do resultado final dos estudos clínicos do imunizante. O produto está na fase 3
de testes, na qual será verificado se ela tem, de fato, eficácia para proteger
contra a doença. Os resultados são previstos pelo governo para o fim deste ano.
O governo de São Paulo já afirmou que a reforma da fábrica do Butantan custará
cerca de R$ 160 milhões. A maior parte dos recursos virá de doações privadas.
Embora em um primeiro momento ela deva ser dedicada totalmente para a produção
da Coronavac, ela poderá ser usada para a produção de outros imunizantes
também.