Mulheres em quadra, guerreiras na vida

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Lucas Canosa

Elas driblam os adversários dentro e fora das quatro linhas. Mais do que o rival, tem um deles que ainda é, em 2021, uma pedra no sapato. Ou na chuteira: o preconceito. As mulheres das quadras, ainda mais esquecidas do que as guerreiras do campo, buscam incansavelmente seus espaços em meio a um sistema que insiste em fechar as portas.
O Guarulhense, através das quatro categorias existentes, somando cerca de 100 mulheres atuantes e militantes no futebol, acredita que só há um caminho para mudar a realidade atual: resistir.
Nós temos mulheres jogando, treinando e dirigindo nossas categorias. Por pura competência. E também por igualdade, porque é sim importante dar voz a quem ficou tanto tempo mudo.
“Às mulheres não se permitirá a prática de desportos incompatíveis com as condições de sua natureza, devendo, para este efeito, o Conselho Nacional de Desportos baixar as necessárias instruções às entidades desportivas do país”, diz o decreto-lei 3.199 de 14 de abril de 1941, assinado durante o governo de Getúlio Vargas. A lei, por mais absurda que pareça, vigorou até 1979 no Brasil.
Diferente dos fantasmas do passado e de quem ainda os ronda e os clama, queremos ver um Guarulhense versátil e em compatibilidade com o que o século XXI exige. Queremos que as pessoas sejam reconhecidas pelos seus talentos e não pelas características e que não esquecemos jamais as verdadeiras causas do Dia Internacional da Mulher e qual o verdadeiro espírito da luta, com ou sem as chuteiras no pé.

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