A Organização Mundial da Saúde (OMS) escolheu o tema “Medicamentos Sem Danos” para marcar as comemorações do último dia 17 de setembro, do Dia Mundial da Segurança do Paciente de 2022.
No programa Desafio pela Segurança do Paciente, também já foram lançados pela entidade mundial outras campanhas como Cuidado Limpo, Cuidado Seguro (2005) e o Cirurgia Segura Salva Vidas(2008), e neste ano de 2022, com o objetivo de reduzir os erros de medicação, escolheram a Campanha “Medicação Sem Dano”, levando em consideração que a literatura menciona que os erros no processo de medicação são responsáveis por uma morte por dia e danos a cerca de 1,3 milhões de pessoas por ano, somente nos EUA, além de um custo global estimado em U$ 42 bilhões por ano, ou 1% do gasto total por ano em saúde.
O primeiro passo para conter erros de medicação e mudar o cenário em que eles ocorrem, segundo a OMS, é assumir que o erro é inerente à condição humana e por isso passível de prevenção.
Nesse sentido, o grande desafio é o de buscar estratégias para evitar erros de medicação e/ou minimizar sua frequência e impacto. A meta da OMS é de reduzir os erros de medicação em 50% e, para isso, propõe basicamente cinco passos descritos a seguir:
1. Adotar medidas precoces para proteger pacientes de danos originários de situações de alto risco, polifarmácia e transição de cuidado;
2. Reunir especialistas, líderes e profissionais para produzir diretrizes e planos de ação para cada domínio da estrutura estratégica;
3. Implementar mecanismos para aumentar o nível de conhecimento dos pacientes sobre seu tratamento medicamentoso. Isso inclui ferramentas tecnológicas onde o paciente adota um papel ativo no manejo de sua terapia;
4. Designar uma coordenação geral para difundir os objetivos do desafio Medicamentos Sem Danos;
5. Acompanhar o respectivo progresso de forma periódica, como uma instituição multiplicadora do Programa Brasileiro de Segurança do Paciente (PBSP), criado pelo Ministério da Saúde.
Totalmente integrado nesse desafio global da Campanha “Medicação Sem Danos”, o Hospital Nipo-Brasileiro trabalhou a campanha com toda equipe assistencial e administrativa, enfatizando as barreiras internas de segurança no processo de medicação, dividido em três fases principais, que foram dispostas em um tabuleiro representando uma pista de atletismo para corridas em equipe .
Esse criativo sistema permitiu um engajamento ainda maior das equipes em relação à importância de todas as barreiras e da passagem de bastão entre elas no processo do cuidado.
Após o início do cuidado ao paciente, começa a Fase I, da Prescrição Médica. Nessa etapa, a Barreira 1 é responsabilidade dos médicos, que devem prescrever corretamente a medicação, usando seu conhecimento técnico e se atentando às alergias e à reconciliação medicamentosa, por exemplo. Na Fase II, de Análise Farmacêutica e Dispensação, encontra-se a Barreira 2, que faz parte do trabalho do farmacêutico em analisar importantes pontos, como ajuste de dose, frequência da medicação, reconciliação, diluição, alergias e interações medicamentosas; e na dispensação do medicamento, caracterizada por uma moderna tecnologia, focada na leitura do código de barras em sistema , garantindo a rastreabilidade e alertando sobre falhas com avisos eletrônicos a quem está realizando a dispensação.
Na sequência, a Fase III é o momento final, quando a Enfermagem se torna responsável pela administração dos medicamentos e deve igualmente se atentar à Barreira 4, conferindo as informações e realizando a aplicação dos 9 certos da administração , concluindo o processo para um tratamento com mais segurança.