Coordenador do curso de Medicina Veterinária ensina truques para melhorar a convivência entre os bichos
No cinema e nos desenhos animados, cachorros e gatos costumam ser retratados como inimigos mortais, mas a realidade pode estar bem distante da ficção. Apesar de serem de espécies diferentes, esses bichinhos de estimação podem perfeitamente conviver em harmonia.
Segundo o coordenador do curso de Medicina Veterinária da Faculdade Anhanguera, Frederico Fontanelli Vaz, não há fatores biológicos decisivos que expliquem a suposta “competição” entre os animais.
“Essa relação entre cão e gato é marcada, sobretudo, por disputas de território, objetos, brinquedos e atenção dos tutores. É perfeitamente possível fazer com que as duas espécies convivam em paz na casa, ou ao menos que se respeitem no ambiente”, afirma o médico veterinário.
A seguir, o especialista lista algumas dicas para que os tutores consigam fazer a paz reinar entre os bichos.
ANALISE A IDADE DO ANIMAL ANTES DA ADOÇÃO
Se você já tem um gato filhote, trazer um cachorro mais velho pode não ser uma boa ideia, pois o filhote poderá brincar com o novo animal idoso e causar estresse. Da mesma forma, se na residência já há uma cadela adulta, ela não terá a mesma energia para acompanhar as brincadeiras de um animal mais novo.
Há alguns casos em que uma cadela pode aceitar filhotinhos – seja de cão ou de gato – de forma receptiva, de certa forma até como se eles fossem suas crias. A combinação de fatores como idade e hábitos em comum dos animais é um bom começo de convivência pacífica.
OFEREÇA ESPAÇO, COMIDA E BRINQUEDOS INDIVIDUAIS
A maior parte das desavenças entre os animais se dá por conta de território. O animal dominante, geralmente o primeiro, ou que está a mais tempo no ambiente, não vai querer perder seu espaço, e por isso é comum que o pet fique agressivo e até depressivo com a chegada de um novo bicho em casa.
Por essa razão, é importante que o tutor crie ambientações para que os animais se sintam bem e não tenham sua competição por território estimulada: brinquedos, caminhas, banheirinhos e potes de água e ração não devem ser compartilhados, cada animal deve ter o seu.
Além disso, é interessante que haja alguma ambientação para os gatos, com nichos ou plataformas onde os animais possam ficar no alto — é um comportamento natural desses animais — e que sejam uma área de “refúgio” caso eles sejam atacados ou perseguidos pelos cachorros.
DÊ ATENÇÃO IGUAL AOS PETS
A competição entre os pets também pode ser causada por atenção desmedida entre os animais. O tutor deve dar a mesma atenção a todos os animais, começando em especial pelos pets que vivem há mais tempo no local. Da mesma forma, na hora de distribuir a comida, os primeiros bichos do local devem ser alimentados primeiro.
CRIE UM AMBIENTE DE HARMONIA
Os animais devem ser estimulados a conviver pacificamente, e o tutor deve estimular brincadeiras e repreender brigas. Quando testemunhar alguma desavença entre eles, o ideal é não bater, castigar, mas sim, repreendê-los.
Por outro lado, quando perceber avanços na relação deles, como uma brincadeira em conjunto ou os dois dividindo caminhas, isso deve ser festejado — com petiscos ou palavras de carinho, assim o animal fará a associação que o relacionamento harmonioso é recompensado com bons momentos.