Fluoretação da água é o método mais sustentável para combater à cárie

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No Brasil, a substância é utilizada há 70 anos no sistema público de água

Presente no abastecimento público de água desde a década de 1950, o flúor tem um papel importante para reduzir a incidência de cáries nos brasileiros. Agora, no momento em que a preservação do meio ambiente ganha cada vez mais atenção, um estudo realizado por pesquisadores do Trinity College Dublin em parceria com o University College London, publicado no British Dental Journal, aponta que a fluoretação da água tem o menor impacto ambiental entre os métodos de prevenção da doença bucal.

A cárie é um dos problemas bucais mais prevalentes no País e além de gerar complicações e dores, impacta na autoestima e bem-estar dos pacientes. A doença está ligada à higiene da boca e atinge, em especial, a população que não tem acesso aos cremes dentais e produtos com flúor, por isso a importância da utilização da substância no sistema público de água.

A pesquisa considerou três métodos preventivos, a escovação dos dentes, programas de verniz flúor e fluoretação da água, assim como seus respectivos impactos na emissão de carbono, uso de água e solo. De acordo com os pesquisadores, considerando a eficácia clínica, o custo-benefício e a sustentabilidade ambiental, a utilização do flúor na água deve ser a intervenção preventiva escolhida com foco no combate à cárie.

No Brasil, segundo dados da Fundação Nacional de Saúde (Funasa) a colocação de flúor na água reduziu em 65% os casos da doença bucal. A substância encontrada na natureza é um material que estimula a remineralização dos dentes. “Quando nos alimentamos, as bactérias que estão em nossa boca entram em contato com o açúcar e produzem um processo de fermentação que corrói os dentes, que é conhecido por desmineralização. O flúor atua justamente para impedir que esta estrutura seja comprometida. Por isso, é tão importante escovar os dentes após as refeições”, esclareceu o presidente da Associação Paulista de Cirurgiões-Dentistas Regional Mogi das Cruzes (APCD RMC), Paulo Henrique Marques de Oliveira.

Apesar dos índices positivos alcançados pela fluoretação da água e da consolidação da ação como importante política de saúde pública, o método vem sofrendo com as fakes news que se iniciaram nos Estados Unidos e chegaram ao Brasil. Entre as falsas alegações estão dados sobre a toxicidade do flúor, que o mineral seria poluente e ainda que reduziria o QI (quociente de inteligência) das crianças.

Um levantamento realizado por pesquisadores da Faculdade de Odontologia de Bauru (FOB) da Universidade de São Paulo (USP) analisou conteúdos de 297 sites e redes sociais e identificou mais de 300 publicações falsas na área de Odontologia com impactos na saúde dos brasileiros.

“A fluoretação da água é uma iniciativa que garante saúde. A cárie provoca uma série de consequências, incluindo a perda de dentes e doenças graves. Os cirurgiões-dentistas são importantes disseminadores de informações sobre os benefícios do flúor e são aliados no combate às informações falsas”, destacou Oliveira.

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