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O amor não tem receita, mas o diálogo franco e a sintonia entre os parceiros costumam ser base para relações sólidas e duradouras

Certamente você já viu passando pelo feed de alguma rede social alguma brincadeira ou meme sobre “ser emocionado”. A expressão tornou-se comum e ganhou forças na internet, o que nos abstém de agir de modo afetuoso e leal aos nossos sentimentos. Mas será que existe o “tempo certo” para cada fase de um relacionamento? É um questionamento que diversas pessoas já fizeram aos amigos, a si mesmos ou até a terapeutas. 

Na opinião da psicóloga e coordenadora do curso de Psicologia da Faculdade Anhanguera, Angelita Devequi Rodrigues Traldi, fatores como a velocidade em que quase tudo acontece na sociedade moderna e até a pandemia podem colaborar para que as pessoas queiram viver tudo em um instante, esquecendo que a vida é um processo constante de vivências e experiências. 

“Todo ser humano quer ser feliz no amor, esse é um desejo intrínseco da nossa espécie. Mas o que se tem visto é que há muitas pessoas que aceleram processos nas relações por carência, falta de autoconhecimento e até falta de diálogo com o parceiro ou a parceira. Esse conjunto de fatores acaba distorcendo as relações, o que pode fazer com que alguns confundam seus próprios sentimentos, idealizando o outro, e enxergando paixão, amor ou intimidade onde não existe ainda”, diz a docente. 

Os aplicativos de relacionamento, que em certa forma se assemelham até a um “cardápio”, com diversas opções de perfis de possíveis “crushs” também pode colaborar para acelerar a forma como as pessoas encaram a conquista. E se um primeiro encontro não der certo, basta voltar ao app e buscar um segundo encontro com outro perfil. 

“Muito se fala que as relações interpessoais da atualidade são líquidas: no amor, trabalho e vida social. Têm-se a falsa impressão de que tudo pode ser efêmero e mutável, sendo facilmente substituído. Para quem não está em uma boa fase emocional, isso pode ser muito perigoso, pois a frustração pode desencadear diversos gatilhos”, acrescenta. 

Mas, então, qual seria a receita para que um relacionamento — ficada, namoro, noivado ou casamento – dê certo? Na opinião da professora de Psicologia, cada casal e cada ser humano tem bagagens e vivências que o tornam único, e que também o fazem encarar as situações de formas distintas. Acima de tudo, o importante é se compreender. E, diante disso, não se abster do afeto. O diálogo sincero sobre expectativas, além de o par estar na mesma sintonia, é um meio caminho andado para o sucesso de uma relação. 

“Ser ‘emocionado’ nos dias de hoje chega a ser até um sinônimo de coragem, pois muita gente esconde e tem medo de expor seus sentimentos. A vida é para ser vivida, contanto que as ações não firam a si mesmo e ao outro. O importante é que, de fato, os envolvidos na relação estejam conscientes de seus desejos e aspirações, além de respeitarem os sentimentos e escolhas do outro”, finaliza a docente.

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