Secretário de Parceria em Investimentos, Rafael Benini, afirmou em entrevista que estudos de ambas será feito em breve, mas que apenas um dos dois ramais de metrô será tocado nesta gestão
Titular da nova pasta de Parceria em Investimentos, o secretário Rafael Benini foi entrevistado pelo Estúdio Alesp, programa produzido pela Assembléia Legislativa do estado de São Paulo. Trazido da gestão federal pelo governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), ele tem a missão de viabilizar os projetos que têm potencial de atrair a iniciativa privada.
Entre eles estão as novas linhas de metrô em estudo, como a 16-Violeta, 19-Celeste, 20-Rosa e 22-Marrom, além da Linha 14-Ônix, da CPTM.
Benini, no entanto, revelou que as linhas 19-Celeste e 20-Rosa têm prioridade nos planos da atual gestão, mas que apenas uma delas será viabilizada até 2025. A escolha será feita após estudos que estão em andamento, explicou o secretário.
O responsável pelo programa de parcerias do governo estadual revelou que a Linha 20 é um projeto muito grande e que não teria chances de ser bancado pela iniciativa privada nos moldes atuais. “Dentro desse pacote que a gente está contratando tem as linhas 19 e 20 do Metrô. Ali qual é o problema que a gente tem. É um CAPEX (despesa com investimentos) de R$ 20 bilhões”, reconheceu.
“É uma obra prioritária, muito importante. Para gente fazer uma parceria com o privado, supondo um cenário ótimo em que eu conseguiria pagar a obra inteira para o privado, não tem nenhum operador hoje no Brasil preparado para construir essa obra por problemas de balanço (financeiro). Ou seja, seria uma obra muito pesada para qualquer operador“, afirmou Benini.
Embora tenha dito que a meta é avançar com vários projetos de ramais sobre trilhos, o secretário reconheceu que dentro do atual mandato não será possível tirar todos eles do papel. “A perspectiva para esse projeto, esse projeto vai estar contratado no começo do ano, dentro dos 100 dias (plano de Tarcísio) é iniciar em 2024 e finalizar em 2025 pelo menos uma linha, 19 ou 20, até 2025, e daí a próxima linha a gente começa depois“, disse.
Ainda sobre a Linha 20-Rosa, Benini explicou que a alternativa de conceder parte do trajeto, cujo trecho prioritário vai de Santa Marina a Saúde, não é viável porque Tarcísio de Freitas não abre mão de ter o ABC Paulista incluído desde o início.
“É uma obra muito grande, a PPP (Parceria Público-Privada) da Linha 6 (Laranja) foi dividida, então não fizemos o metrô inteiro, fizemos parte do metrô, depois o resto virou a Violeta (Linha 16). Então para a Linha Rosa, por exemplo, se eu dividir isso não chega no ABC e o governador quer que chegue no ABC, quer que chegue em Guarulhos e em Cotia (Linha 22)“, concluiu.
Linha 19-Celeste em estudos mais avançados
Entre os projetos atualmente em desenvolvimento, a Linha 19-Celeste é o mais adiantado. Com 15 estações e 17,6 km de extensão, o ramal que ligará Guarulhos ao centro da capital têm vários contratos em andamento, entre eles o de projeto básico, que dará subsídios a uma possível concessão à iniciativa privada.
As áreas que serão necessárias para o empreendimento já são na maioria conhecidas e o Metrô tem discutido sua implantação com as prefeituras de São Paulo e Guarulhos.
A Linha 20-Rosa, por sua vez, teve seu desenvolvimento acelerado pela gestão anterior após a extinção da Linha 18-Bronze, que levaria o Metrô à São Bernardo do Campo e a divisa com Santo André e São Caetano do Sul.
O Metrô promoveu várias licitações para definir seu traçado e também estudar formas de torná-la atraente à uma concessão mais ampla. Em informações recentemente divulgadas, o ramal terá uma extensão de 33 km e 24 estações, com demanda estimada em 1,3 milhão de passageiros por dia.