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Daniel Alves foi transferido nesta segunda-feira do presídio Brians 1 para o Brians 2, que fica ao lado, em Barcelona, para garantir a sua segurança e “convivência normal”, segundo a imprensa espanhola. Ele divide cela com outro preso em um módulo destinado para internos acusados de agressões sexuais. O lateral-direito de 39 anos foi preso preventivamente, sem direito a fiança, na sexta-feira, por suposto caso de estupro contra uma mulher espanhola de 23 anos.

De acordo com o estafe do atleta, a mudança já estava prevista e trata-se de um protocolo da unidade. A área também é conhecida por abrigar empresários, políticos e ex-policiais. O local possui um departamento de prisão provisória, como é o caso do brasileiro. A mudança de presídio foi decidida pela Secretaria de Medidas Penais, Reinserção e Atendimento à Vítima.

O Centro Penitenciário Brians 2 foi inaugurado em 1º de junho de 2007. Ele é localizado ao lado do Centro Penitenciário Brians 1, no município de Sant Esteve Sesrovires, uma cidade no norte da região de Baix Llobregat. Segundo a Secretaria de Justiça, Direitos e Memória, o Centro Penitenciário Brians 2 é composto por 14 módulos e cada um possui 3 andares e 72 celas. Também possui mais dois módulos para determinados serviços e perfis.

Cada módulo dispõe de um refeitório com produtos básicos para os reclusos, ambulatório, oficinas ocupacionais, sala de estar, salão de cabeleireiro, salas educativas, parque infantil, ginásio, campo desportivo e zonas ajardinadas para passeio.

PRISÃO TEVE MORTE DE JOHN MCAFEE E ABRIGOU EX-PRESIDENTE DO BARCELONA

O pioneiro dos programas de antivírus John McAfee foi encontrado morto no dia 23 de junho de 2021, na penitenciária Brians 2, em Sant Esteve de Sesrovires, em Barcelona. Criador do software que leva seu sobrenome, o empresário de 75 anos se matou após a decisão judicial que autorizava a extradição de McAfee para os Estados Unidos, onde iria cumprir pena pelo crime de evasão fiscal.

A decisão da Justiça espanhola ainda poderia ter tido apelação pela defesa de McAfee, mas, poucas horas depois de emitida a ordem, o empresário foi encontrado por policiais, já morto, na prisão. Antes de ser preso, ele era procurado pela Interpol com código vermelho (o mais alto da polícia internacional).

Outro preso ilustre do Brians 2 foi Sandro Rosell, ex-presidente do Barcelona. O cartola ficou 21 meses na prisão após ser detido em maio de 2017 acusado de apropriação indébita de fundos provenientes da venda de direitos televisivos envolvendo amistosos da seleção brasileira, bem como de um contrato de patrocínio entre a empresa de material esportivo Nike e a CBF, que na época era presidida por Ricardo Teixeira. Ele também foi acusado de fazer parte de uma organização criminosa.

Ao se defender na Justiça, Rosell admitiu ter feito alguns investimentos em negócios com Ricardo Teixeira, mas que não teriam, na sua versão, qualquer relação com os contratos para as partidas do Brasil. Mas admitiu que o ex-presidente da CBF lhe emprestou dinheiro para ajudá-lo a comprar um apartamento, algo que declarou ter pagado com juros três anos depois. Os promotores dizem que o empréstimo fazia parte do esquema de lavagem de dinheiro supostamente montado pelos dois ex-dirigentes.

O ex-mandatário do clube espanhol foi solto depois de ser absolvido por um tribunal de Madri. A sentença que o favoreceu disse não ter encontrado evidências suficientes para considerá-lo culpado neste caso.

O CASO DANIEL ALVES

A juíza Maria Concepción Canton Martín decretou a prisão de Daniel Alves na sexta. Ele foi detido ao dar depoimento sobre o caso de agressão sexual contra uma mulher no dia 30 de dezembro. O Ministério Público pediu a prisão preventiva do atleta de 39 anos, sem direito a fiança, e a titular do Juizado de Instrução 15 de Barcelona acatou o pedido, ordenando a detenção.

A juíza argumentou na decisão que prender o jogador se justificava pelo risco de fuga, uma vez que o atleta não mora mais na Espanha e tem recursos financeiros para sair do país a qualquer momento. Além disso, o país não tem acordo de extradição com o Brasil.

A acusação se refere a um episódio que teria ocorrido na casa noturna Sutton, em Barcelona. O atleta, que defendeu a seleção brasileira na Copa do Mundo do Catar, teria estuprado a mulher dentro do banheiro do local, segundo informações do jornal El Periódico, da Catalunha. De acordo com o veículo de comunicação, as câmeras de vigilância do local mostram que o jogador brasileiro esteve por 15 minutos no banheiro com a jovem que o denunciou.

A equipe de segurança da casa noturna acionou a polícia catalã, que colheu depoimento da vítima. Ela também passou por exame médico em um hospital. Daniel Alves foi embora do local antes da chegada dos policiais.

Segundo a imprensa espanhola, a contradição no depoimento do lateral-direito foi determinante para o Ministério Público do país pedir a prisão e a juíza aceitar. No início de janeiro, o jogador deu entrevista ao programa “Y Ahora Sonsoles”, da Antena 3, em que confirmou que esteve na mesma boate que a mulher que o acusa, mas negou ter tocado na denunciante sem a anuência dela e disse que nem a conhecia. No depoimento, porém, de acordo com os meios de comunicação da Espanha, o atleta afirmou ter tido relações consensuais com a mulher, cujo nome não foi revelado.

De acordo com o jornal El País, a mulher não quer ser indenizada e abriu mão de ser ressarcida financeiramente pelas lesões e também pelos danos morais por entender que o objetivo principal é fazer com que o atleta seja punido pelo ocorrido.

O Pumas, do México, anunciou ainda na sexta-feira que o contrato de trabalho de Daniel Alves com o clube será rompido por justa causa.

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