Campanha alerta de que tontura precisa de um diagnóstico médico  

Portrait of dizzy or sick woman touching head and grimacing from pain, having headache, suffering migraine.
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Tontura não é uma doença, mas um sintoma presente em mais de 60 enfermidades. Está entre as três queixas mais comuns em consultas em um ambulatório geral, perdendo apenas para a dor e a fadiga, segundo informações do Departamento de Otoneurologia da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial (ABORL-CCF). 

Para alertar sobre a necessidade de investigar o problema, a ABORL-CCF promove até sábado (22 de abril), a sexta edição da Semana da Tontura, com o tema “Tontura é coisa séria: precisa de um diagnóstico médico”. O evento marca o Dia Nacional da Tontura, celebrado dia 22 deste mês e reforça a defesa da Lei do Ato Médico (Lei 12.842), que completa 10 anos em 2023. 

O médico otorrinolaringologista do Departamento de Otoneurologia da ABORL-CCF e coordenador da campanha, Dr. César Bertoldo, destaca que a ação tem o objetivo de conscientizar as pessoas que sofrem com tontura sobre a importância de buscar atendimento médico, que é o profissional de saúde habilitado para o procedimento de diagnóstico adequado. Além disso, chama a atenção da população para não negligenciar o sintoma, que pode ser descrito por sensações de desequilíbrio, parecer que se está flutuando ou sentir o ambiente ao redor girando, por exemplo. 

“Desvendar a queixa de tontura nem sempre é fácil. Essa avaliação é necessária para determinar qual é o principal responsável pela crise ou pelo sintoma atual que o paciente enfrenta. Muita gente tem a percepção errada de que a tontura é sempre uma labirintite, pois desconhecem que há dezenas de outras doenças. É por isso que o médico deve ser consultado, por ser o profissional com a competência para pedir exames adequados, descobrir qual é a enfermidade e prescrever o tratamento correto”, explica Dr. Bertoldo. 

Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) indicam que a tontura afeta entre 15 e 20% da população global. Na capital de São Paulo, a prevalência da tontura atinge 42% dos habitantes, de acordo com um estudo publicado na Revista Brasileira de Otorrinolaringologia.

Causas

Diversas alterações de saúde podem gerar sintomas de tontura, até mesmo várias medicações têm esse possível efeito colateral. Entre as principais estão problemas emocionais e doenças de origem metabólica ou hormonal, neurológicas, cardiológicas e labirínticas, ou seja, que afetam a estrutura interna do ouvido, muito relacionada à manutenção do equilíbrio corporal.

A Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial alerta para que a tontura não seja menosprezada, pois esse problema traz limitações. Quem sofre com o sintoma pode desenvolver, por exemplo, medo e insegurança do movimento, pois a tontura leva à instabilidade do corpo, o que aumenta o risco de queda e de fraturas, um problema grave entre os idosos. 

De acordo com o Departamento de Otoneurologia da ABORL-CCF, estudos brasileiros que indicam que 45% dos idosos convivem com a tontura e a alteração no equilíbrio corresponde a 85% das causas de quedas de pessoas com 65 anos ou mais. 

Além de prejuízos psicológicos, as pessoas que são afetadas pela tontura ainda têm sua qualidade de vida impactadas no âmbito social e de trabalho, pois convivem com episódios de mal-estar físico e a redução da concentração e atenção. “Elas também podem sofrer consequências em longo prazo, caso uma condição de saúde existente que pode estar causando sua tontura não seja tratada”, reforça Dr. Bertoldo. 

Algumas causas da tontura necessitam de tratamento medicamentoso ou hospitalar imediato e podem ser de difícil diagnóstico, como o acidente vascular cerebral (AVC), doenças inflamatórias do cérebro, tumores, hemorragias, carências nutricionais e diferentes tipos de câncer. 

Diagnóstico e tratamento

A detecção da causa da tontura dependerá do entendimento dos sintomas, por isso, a história clínica do paciente é minuciosamente avaliada. Em algumas situações, é necessária a realização de exames de sangue, de imagem e testes vestibulares (do labirinto) e auditivos, entre outros recursos. 

“Cada caso tem a sua particularidade, por isso o tratamento é feito pelo médico após o diagnóstico e deve ser individualizado, podendo incluir medicações, mudanças comportamentais, tratamentos de reabilitação e manobras específicas. Generalizar tratamentos não é indicado e pode trazer riscos como efeitos colaterais, complicações ou agravamento do quadro”, finaliza o especialista do Departamento de Otoneurologia da ABORL-CCF e coordenador da Semana da Tontura.

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