Da Redação
A Secretaria da Saúde garantiu ontem que não há surto de meningite em Guarulhos. Segundo a pasta, de janeiro até agora, foram confirmados sete casos de meningite meningocócica na cidade, com quatro óbitos, sem contar o caso que está sob investigação. Além dessas oito ocorrências da forma mais agressiva e com maior potencial de letalidade, o município confirmou outros 155 casos pelos demais agentes infecciosos (bactérias, fungos e vírus), com 23 óbitos.
Ao longo do ano passado foram confirmados 195 casos de meningite na cidade com 32 óbitos, sendo 20 ocorrências por doença meningocócica e oito óbitos. Em 2016 foram 254 casos com 27 óbitos. Deste total, 23 foram por doença meningocócia, sendo que cinco evoluíram para óbito.
A meningite é uma doença importante do ponto de vista da saúde pública. Por isso, é monitorada com os mesmos critérios e parâmetros no mundo todo, sendo de notificação obrigatória imediata tanto para os serviços públicos de saúde como particulares. Quem define as diretrizes para o acompanhamento dos casos é a Organização Mundial de Saúde, que estabelece como surto a ocorrência de pelo menos dois casos confirmados da mesma espécie de meningite, no mesmo período e na mesma localidade. O que não é o caso de Guarulhos.
Isso porque a meningite pode ser causada por vários agentes infecciosos como bactérias, fungos e vírus, sendo que dentro das bacterianas, a meningocócica e a Haemophilus influenzae tipo b (Hib), são as únicas para as quais a OMS recomenda a chamada quimioprofilaxia, que consiste na administração de antibiótico específico para as pessoas que mantiveram contato íntimo e prolongado com o paciente infectado. A medida tem por objetivo eliminar os focos de infecção.
Na semana passada, 55 pessoas, entre alunos e professores da Escola Municipal Cora Coralina, receberam a medicação, além de 11 familiares do estudante de 12 anos com suspeita de doença meningocócica, que foi a óbito no último dia 29. A causa da morte está sob investigação e somente será confirmada após a conclusão dos exames coletados pelo Serviço de Verificação de Óbitos e encaminhados ao Instituto Adolfo Lutz, na capital.
No Brasil, a meningite é uma doença considerada endêmica. Isso significa que são esperadas ocorrências de casos ao longo do ano, com o registro de surtos e epidemias ocasionais, sendo mais comum o surgimento de meningite bacteriana durante o inverno e virais no verão.
O Programa Nacional de Imunização do Ministério da Saúde disponibiliza cinco vacinas para a prevenção das meningites: BCG, Pentavalente, SCR, Pneumo 10 Valente, bem como a Meningo C, que enfrenta desabastecimento em nível nacional neste momento.