Da Redação
O programa Empoderando Refugiadas realizou no mês passado mais uma série de workshops para preparar mulheres vindas de diversos países para o mercado de trabalho brasileiro. As estrangeiras tiveram quatro encontros desde a elaboração do currículo até noções de empreendedorismo, passando por educação financeira e especificidades da cultura brasileira.
“Entre os workshops, para não se perder esse vínculo, tem sessões presenciais de coaching, para trabalhar a parte profissional e também emocional delas”, acrescenta a assessora de direitos humanos da Rede Brasil do Pacto Global, Gabriela Almeida.
Nas duas edições anteriores, das 20 refugiadas que conseguiram acompanhar todo o programa, 18 conseguiram se inserir no mercado de trabalho, segundo Gabriela. A inserção das coachings, que fazem sessões de aconselhamento com as participantes, é uma tentativa de contornar os obstáculos que as mulheres enfrentam enquanto participam do programa.
A proposta de tratar somente de mulheres vem da percepção de que esse grupo tem vulnerabilidades específicas que merecem atenção especial. “A gente sabe que, embora no Brasil as mulheres não sejam a maioria dos refugiados, elas enfrentam dificuldades grandes sobretudo nessa área de inserção no mercado de trabalho”, destaca a assistente de soluções duradouras da Acnur, Camila Sombra.
Alguns desses obstáculos estão relacionados, segundo Camila, ao fato de essas mulheres estarem sozinhas com os filhos, sem uma rede de apoio no novo país. “Elas, com filhos, às vezes não têm outra pessoa da família que possa ajudar aqui na vida no Brasil. Isso é um fato que torna mais difícil a inserção no mercado de trabalho”, ressalta.
Imagem: Marcelo Camargo/Agência Brasil