Concurso Miss Brasil Mulheres Reais busca valorizar autoestima feminina e empoderamento

Diogo Crossi - Divulgação
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Reginaldo Pupo

Idealizado a partir de um projeto social criado por mulheres empoderadas, o concurso Miss Brasil Mulheres Reais, que será realizado em dezembro deste ano em Osasco (SP), já tem uma representante de todos os estados brasileiros e o Distrito Federal inscritas, embora as candidatas não sejam necessariamente dos estados que irão representar.

Todas elas são assistidas pelo Projeto Mulheres Reais. São pessoas comuns, que conduzem o seu dia a dia com muito esforço, trabalho e dedicação. Muitas delas, mesmo após os 40 anos, vivem um verdadeiro sonho em pisar numa passarela ou realizar ensaios fotográficos, com auxílio do projeto social.

Mas nem só de status e glamour vivem as candidatas. O projeto organiza ações sociais, como arrecadação de roupas e alimentos, para distribuição em comunidades mais carentes.

Realização de um sonho

Aos 45 anos, a modelo curvy Marina Thomaz, moradora em São Vicente, na Baixada Santista, é uma dessas mulheres que irá realizar o sonho de concorrer a um concurso nacional de miss.

“Era um sonho que eu tinha desde criança e mulheres na minha idade ainda guardam essa esperança de subir à passarela e concorrer a um concurso deste nível, de maior visibilidade”, diz Marina, que ostenta os títulos de Miss Simpatia de São Vicente e Miss Osasco Dama de Ouro. Agora, ela irá concorrer pelo estado de Pernambuco.

A futura Miss Mulher Real, além do título, ganhará uma coroa de luxo, faixa e R$ 3 mil.  Já a segunda colocada (Miss Elegância) e a terceira (Miss Simpatia), além do título, também ganharão uma hospedagem, com direito a acompanhante, em hotel, pousada ou chalé na Serra da Mantiqueira ou litoral norte de São Paulo.

O projeto

No mundo globalizado das redes sociais, onde tudo parece lindo e perfeito, graças aos recursos de filtros, programas de edição de imagens e até makes digitais, o projeto, nascido na capital paulista, trabalha para levantar a autoestima de mulheres que, geralmente, são descontentes com seu próprio corpo.

Ao contrário do “vale tudo” pela melhor foto no Instagram, Facebook ou X (ex-Twitter), onde a maioria das postagens feitas por jovens mulheres exibe corpos esculturais e sarados, o Projeto Mulheres Reais busca identificar as principais características de suas assistidas, todas elas naturais.

Muitas vezes essas mulheres não têm tempo de se olharem  no espelho, de se acharem bonitas. Vivem para seus maridos ou filhos e se esquecem de si mesmas. Elas acabam não percebendo que existe, sim, um sex appeal, uma mulher querendo ser amada ali dentro.

O projeto desenvolve algumas ações para evidenciar essa valorização feminina, como a produção de ensaios fotográficos a custos reduzidos, aquisição de roupas e o concurso de miss.

“A ideia é realizar a intermediação entre o projeto e os profissionais de imagem para possibilitar a realização do sonho de muitas dessas mulheres de produzir um book fotográfico profissional ou até mesmo para pisar em uma passarela, sonhos que infelizmente são bem distantes da maioria delas”, explica a modelo Renata Monteiro, que juntamente com a colega Aliny Andrade criaram o projeto no final de 2019.

Sem patrocínio

Segundo Renata, o auxílio vai muito além disso. “Nós também ajudamos umas às outras em situações simples, como a compra de botijão de gás, cestas básicas e até mesmo para o pagamento de contas”, afirma ela, que ressalta que a maioria das mulheres que integra o projeto vem de famílias humildes.

Para juntar os valores, elas criam rifas para auxiliar as amigas que mais precisam. “Na maioria das vezes tiramos do próprio bolso, pois não temos patrocinadores, não temos caixa e nenhuma ajuda, apenas nós mesmas”.

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