Da Redação
Aos 97 anos, Gina Dal Colleto superou a covid-19 e foi
aplaudida pelos enfermeiros ao deixar o hospital onde permaneceu oito dias
internada, entre a vida e a morte. Ela recebeu alta neste domingo,
completamente curada do coronavírus. Sua determinação em querer viver pode
servir de exemplo para muitos pacientes, como diz sua filha Maria Helena, de 59
anos, também infectada e curada e que esteve ao lado da mãe até o fim.
Gina estava internada desde dia 1º de abril no Hospital Vila Nova Star, da Rede
D’Or São Luiz, em São Paulo. Mais do que os medicamentos, a presença da filha
foi fundamental para sua recuperação. Maria Helena já havia se curado do vírus
e pôde acompanhar a mãe de perto.
À reportagem, ela lembrou os momentos mais difíceis. “Cheguei no terceiro
dia da internação, com ela debilitada. Teve um dia em que se entregou, não
queria comer, falava que iria morrer. Eu dizia que não, que estava do lado
dela, que todos estavam esperando por ela”, contou a filha. “Rezava
todo dia em voz alta para ela escutar.”
Gina deixou o hospital de cadeira de rodas. “Foi um sentimento de
liberdade, de estar livre da doença, uma explosão de felicidade. Pensei que
fosse perdê-la”, disse a filha. Além de Maria Helena, a idosa tem outra
filha, uma enteada, seis netos e cinco bisnetos, todos à sua espera quando
acabar o período de quarentena.
A ideia de buscar algum familiar que já tivesse se curado do coronavírus partiu
da cardiologista e intensivista Ludmila Hajjar. “Pacientes isolados ficam
tristes. É difícil a pessoa ficar dias em um quarto, entrando apenas médicos
com máscara”, disse a especialista. “E olha que sou médica dela há
anos.”
A idosa foi ao médico depois de apresentar sintomas como tosse e confusão
mental. Foi internada na UTI e recebeu oxigênio para ajudar na respiração.
Ganhou antibióticos, diuréticos, corticoide e cloroquina em seu tratamento. As
informações são do jornal O Estado de S. Paulo.