Nas últimas semanas eu tenho usado esse canal de comunicação
para dar visibilidade às angústias de tantos e tantos associados à
ACE-Guarulhos. Comerciantes e pequenos empresários de Guarulhos vivem um
verdadeiro drama com as medidas restritivas de circulação e funcionamento de
seus negócios, causadas pela pandemia do novo coronavírus. A quarentena já dura
mais de 60 dias e vários empreendedores já não sabem o que fazer.
Nossa prioridade é e sempre foi a preservação da saúde e da vida. Mas também
defendemos o equilíbrio e a responsabilidade no que diz respeito à
flexibilização das atividades econômicas. Nesta semana, eu ouvi de um
empresário ligado à área de eventos e recreação que os contratos cancelados
levaram a um prejuízo de R$ 200 mil.
“Se adaptar é pouco. Eu tive é que me virar do avesso”. Foi assim que o associado Sílvio Sipliano, da Namastê Bem-Estar, definiu sua situação durante a quarentena. De acordo com ele, o surto paralisou quase todas as atividades da sua empresa. Ao todo, 10 corridas que estavam marcadas para o decorrer de 2020 foram canceladas.
Além das corridas, que, segundo Sipliano, eram as principais fontes de renda da Namastê, outros grandes eventos organizados ou apoiados pela empresa também foram cancelados, como festas juninas, futebol DNA, atividades esportivas em condomínios de Guarulhos etc.
Mas a situação complicada não para por aí. Em casa, sua esposa, que trabalha como personal trainer, perdeu vários alunos e, agora, tem atendido apenas alguns por meio de aulas online, o que ajudou a derrubar a renda familiar.
A dificuldade enfrentada pelo proprietário da Namastê é a mesma de muitos outros empresários do nosso município e associados à ACE-Guarulhos. Vários estão se virando como podem para sobreviver durante a crise. E quantos não têm conseguido alternativas? Como farão? O que mais se tem notícia é de empresários que não estão conseguindo socorro financeiro alardeado pelos governos. E, quando as linhas de crédito são liberadas, muitas vezes têm tantos juros que fica inviável a aquisição da “ajuda”.
No caso do Sílvio Sipliano, as alternativas têm sido eventos musicais em condomínios – que são permitidos desde que o distanciamento social seja respeitado. Ele também passou a fazer entregas de lanches e documentos com a sua moto. Tudo isso para manter um faturamento mensal mínimo. “Quando a pessoa não tem condições, ainda presto uns serviços de graça. Todos precisam se ajudar nesse momento”, disse.
É com esse espírito de superação e solidariedade mostrado pelo empresário que nós, da ACE-Guarulhos, estamos trabalhando junto aos associados. Diariamente, conversamos com instituições financeiras e com a administração pública para que as empresas mantenham suas atividades durante e depois da crise. O exemplo de Sílvio representa com precisão o nosso lema: Juntos, somos muito mais fortes!
Silvio Alves
Presidente da Associação Comercial e Empresarial de Guarulhos