Imagem: Luiz Gerardi
Me lembro do atacante Raniel começando sua carreira no Santa Cruz, por volta de 2015. O jovem ainda com 18 ou 19 anos chamava a atenção pelos dribles e a velocidade com que armava os contra-ataques. Cheguei a comentar sobre a qualidade do atacante com o zagueiro Diego Sacomam, que na época atuava pelo Santinha e pensava que jogando nos grandes centros, Raniel poderia se tornar um craque.
O tempo passou ele acertou com o Cruzeiro, passou a jogar mais centralizado, até foi bem, fez gols, mas me parecia um jogador muito diferente daquele que vi começar a carreira. Teve passagem discreta pelo São Paulo, jogando como centroavante, e agora acertou com o Santos.
É cedo para dizer se o atacante se tornará realmente um grande craque, a partida que fez na última quinta-feira, na vitória sobre a Inter de Limeira chegou a empolgar o torcedor. O ponto é que Jesualdo entendeu qual é a melhor posição para Raniel, que agora voltou a jogar mais aberto pela esquerda, ao contrário de Diniz, que o escalava como centroavante.
Acontece o mesmo com outro jogador do São Paulo. Alexandre Pato, que estava fazendo uma boa partida contra a Ferroviária até ser deslocado para o meio da área, entre os zagueiros, posição onde tem mais dificuldade.
Mudanças de posição são até comuns. Temos muitos casos de jogadores do meio de campo que viraram excelentes zagueiros, como Rodrigo Caio, Mascherano e Dario Pereira. E outros como Júnior e Zé Roberto, que saíram da primeira linha e foram para o meio-campo.
Enxergar um melhor posicionamento para determinado jogador também é função do treinador. Wanderlei Luxemburgo deslocou Felipe Melo para trás e ganhou um ótimo zagueiro, além de dar mais alguns anos de rodagem ao “Pit Bull”, que agora se desgasta menos durante as partidas.
Outro que parece ter “achado” a posição é Daniel Alves. Jogando à frente da zaga e chegando ao ataque, o “Good Crazy” está rendendo muito mais nesse começo de temporada. Sua qualidade no passe e a frieza para fazer a saída de bola podem ser um trunfo do São Paulo. Como não pensamos nisso antes?