Diante da quebra dos sigilos bancário e fiscal do senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), de seu motorista Fabrício Queiroz e de outras pessoas físicas e jurídicas que lhes são ligadas pelo extrato bancário e pelos holerites da Assembleia Legislativa do RJ, cujas dificuldades de explicar a movimentação financeira em suas contas, algo muito além da normalidade de suas rendimentos legais, tudo indica que o desconforto na família presidencial tende a crescer diante das notícias que o Ministério Público pretende confrontar os dados obtidos com as imagens das agências onde foram feitos os saques e depósitos, o que pode resultar no reconhecimento de uma verdadeira organização criminosa suspeita de peculato e lavagem de dinheiro, cujas identidades comprometem não apenas o filho-senador, mas também a primeira dama, envolvida por ter recebido vantagens (ou repasses) injustificados dos envolvidos.
Como miséria pouca é bobagem nesta nova política brasileira, mentira medonha esta que o ex-Juiz Federal, agora governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, contou em seu curriculum sobre ter estudado em Harvard, nos Estados Unidos, não sabemos se para passar uma imagem de conhecimento e intelectualidade além da que possui ou para atrair votos e simpatizantes para sua jornada política, seja lá o que pretendeu fazer a verdade é mentiu descaradamente e agora tenta se justificar com o injustificável argumento de que pretendia fazer o curso, ou seja, mentiu em seu curriculum.
Mahatma Gandhi observa que: “Assim como uma gota de veneno compromete um balde inteiro, também a mentira, por menor que seja, estraga toda nossa vida”.
Vale dizer: de um juiz honesto e respeitado de antes das eleições, aclamado pelo voto popular, agora temos a figura de um político casualmente mentiroso, que precisa iludir até mesmo quanto a sua formação acadêmica, o que faz perder credibilidade para o futuro que ainda pretenda desenvolver como homem público, se tornando mais um dentre tantos que estamos acostumados a ver em nosso cotidiano.
E nesta semana de derrotas do Governo no Congresso, para não deixar a tristeza rondar a família, em menos de um mês o presidente-mito, Jair Bolsonaro, condecorou seus filhos Eduardo e Flávio Bolsonaro com mais uma honraria do governo, lembrando que antes já haviam sido homenageados com a Ordem de Rio Branco, agora foram agraciados com a Ordem do Mérito Nava, cuja homenagem deve ser entregue a personalidades civis e militares que tenham prestado relevantes serviços à Marinha.
Ainda que não se discuta a condecoração, mas curioso com os serviços prestados, mais parecendo algo como presente de pai para filho, mas que nos permite pensar neste Brasil de mentiras e justificativas, cujas lições de Nietzsche calham ao momento: “Fiquei magoado, não por teres mentido, mas por não poder voltar a acreditar-te”.