Seremos os últimos. O governo do estado está prometendo para “os próximos meses” reabrir a concorrência para as obras do último trecho do Rodoanel, o Norte, que passa por aqui lá pelo Jardim São João, aos pés da Serra da Cantareira. Essas obras já estão abandonadas há um bom tempo e, quando prontas, todo o sistema de vias que envolvem a capital estará completo. Tudo estará pronto, garante a Secretaria dos Transportes, no ano de 2022. Ano de eleições.
Para gente aqui basta essas obras serem retomadas pra se resolver um problema grave: a ocupação desenfreada dos espaços abertos na mata por construções clandestinas. Não tem ninguém ali pra fiscalizar a invasão. E embora o problema seja grave, não vi até agora nenhum órgão de imprensa nacional se ocupar disso.
Fala-se muito nos problemas deixados pela estatal de rodovias Dersa que andou colocando tucanos em maus lençóis com a Justiça, exemplo do ex-diretor da empresa, Paulo Vieira de Souza, conhecido como Paulo Preto. Em reportagem intitulada “Obra do Rodoanel inclui plano para afastar imagem negativa”, a Folha de S. Paulo publicou esta semana que João Doria está preocupado com coisas que ficaram lá pra trás, comprometendo colegas tucanos de alto coturno. Leia-se os ex-governadores José Serra e Geraldo Alckmin.
Diz a Folha que Doria está empenhado em adotar “vacinas” para evitar novos escândalos. Uma das ideias é instalar chips em tratores e caminhões para aprimorar o controle dos serviços das empreiteiras.
O trecho norte quando pronto terá 44 km de extensão com acessos para a Rodovia Presidente Dutra, Fernão Dias e Aeroporto de Cumbica. E sabe quanto já gastaram ali? R$ 7,3 bilhões de reais! Calcula-se que o governo do estado vai precisar de mais dois bilhões. A obra deveria estar pronta no ano de 2016.
O trecho de Guarulhos completa uma distância de 176,5 km em todo o circuito projetado em 1998 para desafogar o tráfego de caminhões na capital. Principalmente nas marginais. E também nos trechos urbanos das as rodovias que servem a capital.
As fraudes apontadas pelo Ministério Público teriam encarecido toda a obra em 480 milhões de reais. Paulo Preto está preso preventivamente desde fevereiro do ano passado. O ex-governador Márcio França tomou a iniciativa de suspender os contratos deste trecho norte. Foi esse o detalhe que fez promover o abandono das obras ao norte de Guarulhos.
O Rodoanel, principalmente este trecho nosso, tornou-se assim o grande calcanhar de Aquiles do tucanato.