O ex-juiz agora Ministro da Justiça Sergio Moro deu ontem uma entrevista esclarecedora à rádio Jovem Pan. Falou bastante, acredito que o suficiente, sobre o pacote anticrime encaminhado ao Congresso. Principalmente sobre o caixa dois.
O Ministro, atendendo ponderações de alguns parlamentares – ele esclareceu – decidiu desmembrar o caixa dois do pacote por “motivação estratégica”. Entenda-se: facilitar o caminho para a aprovação.
Mas, o mais importante dessa entrevista foi a confirmação de que houve sim um “entendimento” com o presidente Jair Bolsonaro para Moro aceitar ser ministro e abandonar a carreira na magistratura.
Foi também claro o ex-juiz da Lava-Jato ao se referir à questão dos “laranjas” do partido do presidente, o PSL, focando o caso do ministro do turismo Marcelo Álvaro Antônio, acusado de participar do esquema de “laranjas” em Minas Gerais. “Quando fui convidado por Bolsonaro, que conversamos: Ninguém seria poupado. Se surgissem casos de crime no governo, isso seria apurado, e, não seria poupado ninguém. E isso foi passado para a Policia Federal. Órgãos de investigação têm independência”.
Sergio Moro deixou claro que assumiu o cargo nessas condições. Mesmo no caso dos parentes? Filhos?
Essa pergunta não foi feita, mas acredito que a resposta não seria diferente. Afinal, a Polícia Federal, subordinada ao Ministro, está orientada a “não proteger ninguém”.
Em Guarulhos
Não é segredo que o prefeito Gustavo Henric Costa, o Guti, recebeu a prefeitura com sete bilhões e meio de reais de dívidas quando assumiu. Sete bilhões e meio! Motivação mais que suficiente para instalar aqui uma filial da Lava Jato, lembra um jornalista da cidade que vai mais longe: “Está faltando pendurar a cabeça de alguém no poste.”
Exageros à parte, acho também que seria conveniente fazer uma investigação pra saber onde se gastou tanto. Dava pra construir um metrô com essa grana toda. Ou, pelo menos ajardinar toda a cidade investindo em escolas, hospitais, saneamento básico, que mais? Serviços Públicos!
No entanto, estou sabendo que, com a quantia obrigatória por lei a ser gasta em educação e saúde, o que sobra é pra pagar os funcionários. E acabou. A cidade não pode investir em mais nada… Fatura quatro bilhões e meio por ano em impostos, com uma dívida de sete e meio bilhões que sobe todos os meses. Falência total. O engraçado nessa história toda é que não tem político algum interessado em saber onde foi parar esse dinheiro todo… E aí PT?