No tempo em que as máquinas de escrever dominavam o mundo, a gente nas redações dos jornais não se preocupava com as interrupções de energia. Hoje, sem energia nas tomadas, ninguém trabalha.
Lembrei disso ontem quando o assunto do apagão na Câmara de Vereadores, na terça-feira, veio à tona numa conversa de amigos. Foi só constatar que estava faltando força, o presidente, além de liberar os vereadores, dispensou os funcionários.
Foi todo mundo pra casa, numa boa.
O caso de terça-feira foi justificável. Houve apagão em quase todo o centro da cidade. Da João Gonçalves até a D. Pedro, incluindo parte da Paulo Faccini e arredores da Praça Getúlio Vargas.
Mas houve dias em que o defeito em algumas tomadas serviu de justificativa para a dispensa dos funcionários na sala que abriga o pessoal da TV Câmara e jornalistas da Secretaria de Comunicações. A redação da TV está localizada no andar térreo, junto à portaria de entrada do prédio. E com tomadas em mau contato, os computadores não funcionam. São instalações improvisadas, esperando a transferência para a nova sede na avenida Guarulhos, Vila Augusta.
A estreia e o governador
Ontem, quando estava marcada a segunda sessão da semana (no caso, seria a primeira), não tivemos problema.
O encontro dos vereadores foi realizado sem nenhuma dificuldade e meu amigo João Thomaz conseguiu, pela primeira vez, ocupar a cadeira da bancada do PSDB, deixada pelo vereador Geraldo Celestino que está de licença.
Celestino deve reassumir logo pois a licença, pedida sem remuneração (ele faz questão de dizer), é de apenas vinte dias.
Além do discurso do vereador novato, tivemos manifestações da bancada do PT com críticas ao governador João Doria. O governador mostra já ter lançado sua campanha para presidente e escolhido seu candidato a prefeito aqui em Guarulhos.
No começo da semana, em evento no Palácio dos Bandeirantes, ao dar a notícia de que a Sabesp vai agora cuidar do esgoto de Guarulhos, deu a entender que a cidade é responsável pela poluição do Rio Tietê. Nada mais falso.
Pra começar, Guarulhos não lança 98% de seu esgoto no rio como ele afirmou. Hoje, o município trata de 12% a 14% desse esgoto. Quem duvidar da informação, deve ouvir o engenheiro Plinio Thomaz, ex-diretor do SAAE e uma das maiores autoridades em saneamento básico do país.
São Paulo, a capital, lança no rio um volume de esgoto bem maior que Guarulhos.
Tudo bem, temos que resolver nossa parte do problema. Mas só teremos aquele rio de nossos sonhos se São Paulo também se preocupar com ele.
