Quarta-feira complicada, ontem. TV Globo versus Presidência da República. Precisava mais? Estamos ou não já suficientemente divididos? O furo jornalístico justifica?
Por outro lado, o do presidente, precisava ameaçar tirar a Globo do ar?
Sempre soube que televisão no Brasil não tem dono. E vale uma explicação.
O dono é o Estado que dá uma concessão para o serviço ser explorado. A título precário, diga-se de passagem. Mas Roberto Marinho nunca se preocupou com isso. Nem Silvio Santos. Nem Edir Macedo. Até mesmo Adolpho Bloch, o dono da Manchete, lembram-se dele?
Esse pessoal sempre se entendeu bem com os governos de turno.
Agendar pelo celular
Como nosso negócio aqui é Guarulhos, quero entender que o que nos interessa é essa iniciativa da Prefeitura em implantar um aplicativo para atender o pessoal que precisa de atendimento médico, de emergência ou não.
A iniciativa da Secretaria da Saúde Municipal é pra lá de boa, mas arriscada. E é pra dar a cara pra bater.
Se não, vejamos: a consulta a um médico ou a realização de exames pode ser marcada pelo celular. Beleza.
Pelo celular, você pode saber dia e hora para ser atendido numa unidade básica de saúde. Assim, você chega e é atendido na hora. Bom, não é?
Não havendo condições para atendimento, você será informado na hora que acessar o aplicativo.
Tudo funciona bem, mas só na teoria que na realidade é outra. E a oposição já está batendo no prefeito, o autor da ideia.
Boicote
Primeira reclamação: “Nunca tem médico no dia em que a gente precisa dele. Ou quando tem, não há horário disponível. Quando tem o médico pra atender não é daquela especialidade que a gente precisa”.
O que mais se ouviu, na Câmara de Vereadores, nesses dias em que a iniciativa foi discutida, foi a declaração acima. Uma crítica básica com muitas variações lembradas pelos vereadores.
A gente sabe que o atendimento à saúde é o calcanhar de Aquiles do prefeito. Daqui ou de qualquer outra cidade. Não há município no Estado com serviço nessa área que a gente possa elogiar. O caso de Guarulhos não é diferente e pode ser agravado.
Sabe por quê?
Não falta quem torça contra o programa.
É difícil acreditar, mas a fragilidade do aplicativo de atendimento à saúde está exatamente aí.
Os pedidos de agendamento chovem e nem sempre são de gente necessitada. Um monte de gente que marca consulta e não aparece, tirando a chance de atender quem realmente precisa.
Mal comparando, é aquela história dos trotes no Corpo de Bombeiros. Falta de consciência. Mas o que fazer?