Coluna Livre com Hermano Henning

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Amanhã é o grande dia. O restante dos ministros do Supremo que ainda não votaram no processo que acaba com a prisão em segunda instância se preparam para martelar o último dos pregos da tampa do caixão da Lava Jato.

Capitaneados por Gilmar Mendes, cheio de sentimentos esquisitos em relação ao ex-juiz Sergio Moro, e sob o entusiasmo de uma torcida vibrante de advogados de altas figuras da República envolvidas nos processos de corrupção, os ministros passarão por cima do sentimento dos brasileiros que um dia acharam que o privilégio de ricos e poderosos havia terminado com a ação dos procuradores e juiz de Curitiba.

Não estarão sozinhos, é claro.

O Lulopetismo também aplaudirá o voto de Mendes que prometeu demorar não mais de dez minutos para elencar as razões de se esperar até o último dos suspiros de um processo para decretar a prisão de um criminoso.

Acho até que nem esses dez minutos seriam necessários. Bastaria apenas declarar “Lula Livre” em alto e bom som.

O ambiente estará carregado lá em Brasília, sem dúvida. Não tenho ideia de como o funeral da Lava Jato será encarado fora da bolha onde circulam os homens da OAB, os líderes petistas, os políticos com ajustes de contas com a Justiça. Mas ontem ainda chegou uma notícia que pode trazer algum alento. Lá vai:

Assinada por 41 senadores – a maioria da Casa, foi endereçada uma carta ao presidente do Supremo Tribunal Federal, Ministro Dias Toffoli e ao Procurador Geral da República, Augusto Aras, se posicionando a favor da prisão depois da condenação em segunda instância.

A maioria no Senado – Aleluia! – acha que não é necessário se chegar ao último estágio permitido pela burocracia processual para a justiça ser feita.

No documento, a explicação de que “após a segunda instância, não mais se discute a materialidade do fato, nem existe mais a produção de provas”.

Ou seja, depois da condenação por um tribunal de desembargadores, apesar de serem permitidos os recursos, não há que se discutir mais se o réu é culpado ou não. E depois de consumada a culpa não existe razão para o criminoso continuar desfrutando a liberdade. A não ser para, indefinidamente, prolongar o processo. Até quando, só Deus sabe.

É aí que entra o fervor dos bem-sucedidos criminalistas defensores dos réus da Lava Jato.

Sem a prisão em segunda instância não há que pensar também nas deleções premiadas, o grande instrumento que possibilitou levar políticos e empresários poderosos para a cadeia. Sustentação da Lava Jato.

Vamos esperar pra ver. Sejam felizes ministros do STF.

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