Coluna Livre com Hermano Henning

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Nem terminou o ano e a campanha para a prefeitura de Guarulhos começou pra valer. Elói Pietá, ex-prefeito e candidato já lançado pelo PT, deu entrevista numa emissora de rádio de São Paulo e na TV Guarulhos, batendo na atual administração – programa Radar.

“Um governo que não deu certo”, disse, falando do trabalho do prefeito que se elegeu há três anos fazendo forte oposição aos governos petistas da época. Guti não se cansou de atribuir ao PT uma dívida impagável de 7 bilhões de reais deixada para trás. Agora as posições se inverteram. Coisas da política. E da democracia.

Acompanhei a entrevista de Elói pelo WhatsApp em mensagem enviada pelo meu amigo Pedro Notaro, retirada de seu Facebook.

Pietá espera apenas a homologação de seu nome pela convenção, mas já se considera candidato. “Pré-candidato”, no caso.

E com razão porque assinou um compromisso com o outro pretendente, deputado Alencar Santana, avalizado pelas lideranças petistas locais e pelo presidente da sigla em nível estadual, Luiz Marinho, como já escrevi aqui.

Falta agora escolher o vice da chapa.

Alguém de fora

Aí entra um princípio de discordância que pode provocar discussões futuras. Pietá adiantou que será escolhido alguém de fora do partido para abrir o leque de penetração no conjunto de eleitores, “trazendo a classe média para o nosso lado”. Contanto que seja alguém comprometido com posições caras ao PT, alertou, impondo condições: que não seja aliado ou comprometido com o presidente Jair Bolsonaro ou o governador João Doria.

No entanto, pelo acordo assinado para evitar a prévia que chegou a ser admitida, a escolha do vice dependerá de uma comissão formada por lideranças do partido com a participação explícita do pretendente que cedeu a vez a Pietá, o deputado Alencar. Alencar, não é de hoje, vem perseguindo a chance de ser lançado como candidato a prefeito de Guarulhos. Como se sabe, mais uma vez, morreu na praia.

Voltemos à questão do vice.

O que pensa um não é o que pensa o outro. Elói Pietá estabelece como sacramentada a decisão de seu vice ser “alguém de fora”. Como eu já disse aqui, algo que foge do costume petista em sempre se definir pelas chapas puras em casos como este.

A questão é: “procurar um vice onde você tem menos presença”, lembrou o ex-prefeito e agora candidato. Ele sabe que o calcanhar de Aquiles petista é representado pela classe média da região central da cidade. Quer tirar votos de seu adversário mais forte: o prefeito Guti, já em campanha pela reeleição.

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