A Petrobrás anunciou festivamente a quarta redução no preço da gasolina e óleo diesel na refinaria. A redução se aproxima de meio ponto percentual em cada um dos combustíveis. Foram quatro cortes seguidos. Ninguém percebeu. Estranhamente, até o presidente Bolsonaro mostrou não ter ideia da coisa. Tanto que, ontem, na costumeira conversa junto ao portão do Palácio da Alvorada, foi reticente: “Parece que hoje diminuiu de novo o preço do combustível”.
“Não tenho certeza ainda”, emendou. Só que a notícia já tinha disso confirmada na véspera.
O presidente, ao comentar que tanto faz, baixar ou não o preço da gasolina na refinaria (a gente nem fica sabendo mesmo), comprou briga com os governadores que cobram imposto alto na venda do produto nos postos. Disse que se os estados baixassem ou eliminassem as taxas, o governo federal faria o mesmo. Impraticável. Bravata pura.
Só que o comentário aqui não é esse. Vamos ficar no que a gente paga nas bombas.
Ontem, comigo na bancada do RB Notícias da Rede Brasil, o economista Marcelo Guedes soltou:
— Quando a Petrobrás aumenta o valor do litro de combustível, baseada na cotação internacional do barril de petróleo, nos postos o preço sobe de elevador. É imediato. Ao contrário, quando surge uma notícia dessas dando conta de quatro cortes seguidos, o preço sempre desce de escada… Passo a passo.
Isso quando desce. Na maioria das vezes, o preço na bomba, da gasolina, do diesel e do etanol, continua o mesmo. E as diferenças, de lugar pra lugar, são incríveis.
Em Guarulhos até que a concorrência funciona. A gente encontra por aqui melhores condições para encher o tanque do que em Moema, ou no Planalto Paulista, onde ficam os estúdios da Rede Brasil. Mas é nos estados que a coisa fica feia.
No Rio, não se consegue gasolina por menos de cinco reais o litro. Em Salvador, na Bahia, é ainda mais caro. Quanto ao álcool não há nem mesmo condições de comparar.
Ao dar essa notícia ontem na TV recebi uma ligação de Naviraí, no Mato Grosso do Sul. O telespectador falava do acordo entre os donos dos postos, prática descarada de cartel, onde todos combinam o preço. Ninguém cobra nem mais nem menos do que o valor do litro de combustível imposto ao pessoal da cidade. Não há fiscalização do Procon que dê jeito.
Na Ilha de Itaparica, passagem quase obrigatória de quem deixa a Baia de Todos os Santos, observou-se o recorde: ali, a gasolina custa 6 reais e 10 centavos o litro. Aqui na Timóteo Penteado costumo não pagar mais do que 3 e 95.