Coluna Livre com Hermano Henning

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O principal noticioso da Rede Brasil de Televisão, canal 10 na TV aberta em São Paulo, colocou no ar, segunda-feira ao vivo, o repórter Fernando Martins, da Oca do Ibirapuera, falando do ato inaugural da CNN. O mais importante canal de notícias em todo mundo começa a operar no Brasil no domingo, 15 de março.

A Rede Brasil foi a única rede nacional a transmitir o evento ao vivo. O repórter observou que havia ali muitos cronistas das redes sociais, profissionais da área de entretenimento das rádios e TVs e alguns repórteres à cata de notícias com autoridades, como o vice-presidente da República Olímpio Mourão. Estavam atrás das informações paralelas, não pra falar da CNN.

Jair Bolsonaro não compareceu. Mas já se anunciou que a emissora estreia com uma entrevista exclusiva dele. A conversa com o presidente será exibida exatamente no domingo, dia da manifestação na Paulista convocada pelos movimentos de direita.

Para as redes de TV a chegada da CNN não aconteceu. Pelo menos até agora. É compreensível.  O fato jornalístico merecia uma cobertura mais relevante. Os jornais impressos também praticamente ignoraram. Medo da concorrência.

No caso dos jornais deve pesar a questão da divisão do bolo da publicidade. Surgiu mais um veículo que entra na disputa. E, na verdade, esse bolo diminuiu bem de tamanho.

Há quem acredite que a Globo terá agora uma concorrente à altura em termos de audiência. Bobagem. A CNN nasceu nos anos setenta para ser uma TV de notícias, a cabo, como o próprio nome diz. Hoje, “canal pago”. Nada parecido com a Globo, aquela do Jornal Nacional e do Fantástico.

Diferente do que pode acontecer com a Globo News. AÍ sim, a briga pode ser boa. Nesse segmento tem ainda a Record News e Band News. A Globo, canal aberto, não vai sentir.

TV de direita?

Tem gente achando que a CNN Brasil chegou para dar uma força ao pessoal da direita para contrapor às coberturas da Globo que estaria exagerando nas críticas ao governo. A Globo News também. Um dos fundadores e presidente da nova rede, Douglas Tavolaro, é categórico: “Não seremos de esquerda nem de direita, nosso compromisso são os fatos. E é com eles que vamos trabalhar”, diz, revelando que no domingo, o dia da estreia, estão previstas também entrevistas com Rodrigo Maia, Davi Alcolumbre e o ministro Dias Toffoli; os presidentes da Câmara, Senado e Supremo Tribunal.

Tavolaro, egresso da Rede Record, repete sempre:

— Nosso interesse é o da sociedade. Teremos pluralidade de opiniões com nossos analistas buscando sempre isenção e equilíbrio.

Que assim seja.

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