Coluna Livre com Hermano Henning

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“Nunca pensei em parar. Essa palavra não faz parte do meu vocabulário”. Quando o veterano Hélio Sileman, hoje diretor artístico da Rede Brasil de TV, ouviu esta frase dita por Bibi Ferreira nos estúdios da antiga TV Excelsior, onde ambos trabalhavam (Helio era cameraman), ela ainda estava na casa dos cinquenta, talvez, sessenta anos. Bibi comandava um programa de entrevistas na emissora que tinha Edson Leite como diretor e o novato Boni no começo de carreira. A Excelsior, pioneira nas telenovelas, fazia sucesso com Redenção. E a nossa dama do teatro já começava a ser cobrada. Pequenina, de estrutura frágil, não era conveniente aproveitar mais o tempo para descansar? Quem sabe não estava na hora de parar um pouco?

A querida Bibi havia se acostumado nesses últimos anos a esclarecer e justificar sempre sua determinação em continuar com a vida de atriz, cantora, diretora de teatro. E fazendo sempre uma coisa atrás da outra.

Porque parar?

O talento da dama do teatro (muita gente gosta de se referir a ela como a “rainha dos musicais” o que, vamos combinar, é muito pouco), de atriz por excelência, teimava em permanecer sempre em atividade. A voz, ah… a voz, teimava também em permanecer a mesma. Ou ir se transformando para melhor. Cada vez mais forte.

Você, caro leitor ou leitora, se lembra de alguém aos 95, 96 anos, cantar assim como ela cantava os sucessos da imortal Edith Piaf? Ou as belas canções de Frank Sinatra?

Nessa sequência de dias tristes, perder Bibi Ferreira é mais uma pancada na alma. Não é só o mundo do espetáculo que fica mais pobre.

Fruta amazônica

 Ao dar nome aos profissionais que participaram da saudosa era do rádio em Guarulhos, na coluna de ontem, cometi uma indelicadeza. Esqueci do sonoplasta Sergio Sorrilha Padilha que, ainda criança foi admitido na Boa Nova como técnico de som. Ficou por lá muito tempo, aperfeiçoou-se na profissão e recebeu apelido dado por um dos locutores que, de início, deixava Sergio muito aborrecido. Na verdade, mais que aborrecido. Ele ficava muito bravo. Mas, com o tempo, foi se acostumando. Sergio virou fruta. Uma fruta cascuda muito comum da Amazônia. O Jatobá.

Jatobá é hoje funcionário público dedicado. É ele quem cuida, com muito carinho, do som instalado na Câmara Municipal. Cuidar do som e dos microfones usados pelos vereadores é com ele mesmo. Nessa área, ali, não tem pra ninguém.

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