Coluna Livre com Hermano Henning

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Cresci ouvindo rádio. Quando criança, em Guararapes, ouvia o futebol pelas ondas curtas da Rádio Bandeirantes. Eram os tempos de Pedro Luiz e Mário Moraes. Tinha ainda Edison Leite, outro bamba das transmissões esportivas. A Bandeirantes, captada no interior de São Paulo em 49 metros, investia também em programas musicais. Chegava da escola, e sintonizava o “Telefone Pedindo Bis”, patrocinado pela Gessy-Lever e tendo como apresentador o então insuperável Enzo de Almeida Passos. Por onde andará? Joseval Peixoto está por aqui fazendo o Desafio ao Galo, na Gazeta. Mas Franco Neto, outra legenda do rádio, já não está entre nós. Os dois, trabalhavam juntos também na Bandeirantes.

Foram essas figuras que me fizeram viver junto do rádio. Meus ídolos.

Jovem Pan e o professor

Ouço as emissoras AM até hoje. Não consegui me afastar delas e confesso que a Jovem Pan tomou o lugar da Bandeirantes, e é, agora, minha preferida. O Jornal da Manhã começa a ser transmitido muito cedo e sempre foi meu contato com as primeiras notícias do dia. Depois da Bandeirantes, Joseval foi pra lá. Franco Neto também.

Falo da Jovem Pan hoje provocado pela anunciada dispensa do comentarista do Jornal da Manhã conhecido como Professor Villa. A notícia publicada ontem por um portal da Internet dá conta de que o professor foi demitido não só do jornal, mas da rádio, por um desentendimento com o guru bolsonarista Olavo de Carvalho. Villa costuma chamar o filósofo de “idiota” todas as vezes que o nome dele aparece nas notícias.

Ontem o professor foi substituído pelo jornalista Augusto Nunes que, a exemplo de Villa, bate bastante no PT e na esquerda em geral, mas é mais comedido. Augusto é jornalista. E dos bons.

Outro detalhe lembrado pelo portal da Internet: Olavo de Carvalho foi professor do hoje diretor de jornalismo da Jovem Pan, Felipe Moura Brasil. O problema teria começado aí. Não acho.

Posso adiantar que Marco Antônio Villa, pelo menos oficialmente, não foi dispensado. O que aconteceu, segundo seus amigos, foi uma suspensão de trinta dias provocada pela insistência em radicalizar chegando a exageros que poderiam ser evitados. Pelo menos até ontem a Jovem Pan não havia se pronunciado.

Tem quem goste de ouvir Villa desta forma. Do jeito de sempre. Um comentarista de direita, batendo forte no PT, nos ministros do Supremo, e em nossos políticos com assento no Congresso. Ele não fala bem de ninguém. Só mal. De início, as colocações combinavam com a orientação editorial da emissora. Agora, tudo indica, não mais.

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