Coluna Livre com Hermano Henning

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O Secretário de Desenvolvimento e Assistência Social da Prefeitura, Alex Viterale, entrou de férias para ser submetido a uma cirurgia. Ficou fora vinte dias. Parte do tempo permaneceu internado no hospital. Nesta segunda-feira ele voltou ao trabalho e deu uma entrevista, transmitida ao vivo pela TV Guarulhos. Falou de um problema que tem provocado dor de cabeça à administração. Na verdade, é um desafio. É a questão que envolve os moradores de rua.

A Prefeitura calcula que esta população é composta por cerca de mil pessoas. Pouco mais, pouco menos.

Teoricamente, o trabalho de oferecer a essas pessoas abrigo e comida, a grosso modo, seria até simples, embora trabalhoso. A Secretaria possui gente especializada pra tratar disso. E instrumentos, como viaturas, locais de recolhimento e até voluntários dispostos a trabalhar sem nada receber em troca. Só que existe uma barreira até agora intransponível. É convencer o morador de rua a aceitar ajuda.

É cada vez mais difícil, segundo Alex Viterale, encontrar um morador de rua disposto a se recolher num abrigo. É uma questão de opção. “Prefere a liberdade da rua”, acrescenta. “Em sendo assim, não há o que discutir, porque não podemos obriga-lo”.

O Nordeste é aqui

Segundo dados da Prefeitura, Guarulhos tem hoje 147 mil famílias que recebem o Bolsa Família. Este é outro dado que impressiona. Segundo o IBGE, cada família possui em média cinco integrantes. O resultado da conta faz surgir um número absurdo: 735 mil pessoas!

Mais absurdo ainda se considerarmos que o município, segundo também o IBGE, tem hoje cerca de 1 milhão e 350 mil habitantes. Resumo: mais da metade de Guarulhos vive sob o manto protetor desse instrumento de amparo social, cuja aplicação fica por conta do poder municipal. Fica por conta da Secretaria comandada pelo funcionário Alex Viterale.

O Bolsa Família, por isso, representou e representa um instrumento importante na eleição de políticos. E não apenas no Nordeste, onde muitos imaginam que a força do assistencialismo se acentua por causa da concentração de famílias de baixa renda. É duro constatar, mas Guarulhos se apresenta neste caso como um grande Nordeste. É o caso de se justificar a argumentação de que o Nordeste é aqui!

Viterale sustenta que esse detalhe fez com que o PT, autodeclarado criador do benefício às famílias carentes, permanecesse 12 anos no poder em Guarulhos.

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