135 guarulhenses estão pagando 39 reais por mês para pertencer a um partido político. Eles são parte de um conjunto de brasileiros que acredita que pode entregar mais do que receber abraçando uma causa.
Que causa? Promover a atividade pública, participar, procurar soluções para os problemas brasileiros a começar pela falta de emprego, ausência de saneamento básico, pouquíssima segurança, educação de má qualidade e assistência médica deficitária. E lutar contra a corrupção.
Tudo isso, acreditando num sistema de livre iniciativa, respeito pelos direitos do homem, liberdade de opinião, absoluta liberdade de imprensa, a favor de um projeto amplo de privatização de nossas estatais, e, principalmente, direito à liberdade plena para investir e produzir riquezas. Empreender.
São qualificados de direitistas. Tudo bem. “Se, ser de direita é defender essas posições, não tem problema. Somos de direita”, diz Jorginho Mota, empresário do ramo imobiliário, 40 anos, casado com dois filhos e morador num condomínio do parque Maia.
Jorginho, de fala fácil, defende suas posições com o entusiasmo de quem está escolhendo a política para promover “uma renovação em Guarulhos”. Algo que a cidade está pedindo com insistência há muitos anos e os políticos locais, presos às práticas do passado se recusam a se afastar.
Que práticas são essas? “O carreirismo é a principal delas”, diz.
O leitor já deve ter percebido que estou me referindo ao partido NOVO.
Fundado por 181 pessoas em 2011, todas elas de fora da política, destacou-se por se recusar a utilizar dinheiro público mantendo-se exclusivamente com doações e contribuições de seus filiados. Daí os 39 reais que cada um de seus filiados de Guarulhos tira do bolso para viabilizar a agremiação no Município.
O Congresso quer aprovar agora um total superior a quatro bilhões de reais para financiarmos as eleições do ano que vem. É o chamado Fundo Eleitoral. Cada partido pega o seu quinhão. Nós pagamos, é claro.
O partido NOVO não quer esse dinheiro. Essa política conseguiu eleger 11 deputados estaduais, um distrital e 8 federais nas eleições passadas. Seu presidente João Amoedo ficou com quase 3% dos votos para presidente, à frente de Marina Silva e Henrique Meirelles. Aí não entrou dinheiro de empreiteira e nem caixa dois.
Jorginho Mota quer se candidatar a prefeito pelo NOVO. Não tem experiência política e não está sozinho. O partido acha que pode fazer boa figura nas eleições do ano que vem.