Um adolescente de 13 anos de Ohio, nos Estados Unidos, morreu após sofrer uma overdose de antialérgicos, em desafio proposto por jovens na rede social TikTok em que os participantes ingeriam grande dose do medicamento anti-histamínico para alergia Benadryl e filmavam a reação do corpo.
Logo após ingerir mais de 14 comprimidos, Jacob Stevens começou a ter convulsões. Conforme a rede de notícia norte-americana NBCNews, ele ficou internado por seis dias, até que os médicos declaram morte cerebral e a família decidiu por desligar os aparelhos. Especialistas alertam para os perigos provocados ao organismo pela ingestão de remédios, de qualquer tipo, sem prescrição médica.
“Foi demais para o corpo dele. Os médicos disseram que poderiam mantê-lo na ventilação, que poderia ficar lá, mas que ele nunca abriria os olhos, nunca respiraria, sorriria, andaria ou falaria novamente”, disse à NBCNews Justin Stevens, pai do jovem, que após a tragédia tem alertado outras famílias sobre os riscos de desafios propostos em redes sociais e pressionado por mudanças na lei. O objetivo é colocar restrições de idade para uso das plataformas e compra de medicamentos que têm a venda livre, como o Benadryl.
Stevens também compartilhou uma foto do filho ligado a um equipamento de suporte de vida no hospital, para conscientizar pais e filhos sobre os riscos que os desafios do TikTok podem causar. A imagem viralizou por diversas redes sociais, até brasileiras.
Os antialérgicos estão entre os remédios mais seguros que existem, com a baixa ocorrência de eventos adversos. “No caso dos medicamentos de segunda geração (mais recentes), eles não têm efeito sedativo e têm a mesma potência para suprimir os sintomas das alergias e geram menos riscos aos pacientes, quando administrados da forma correta. Mas, em dose elevada e não recomendada, o perigo também está presente”, afirmou Tim Markus Muller, presidente do departamento de Alergia e Imunologia da Sociedade de Pediatria de São Paulo.
ORIENTAÇÃO
“Como todos os medicamentos, sempre é preciso que fiquem fora do alcance de crianças e, no caso, dos adolescentes é sempre importante conversar e explicar que não podem tomar medicações sem uma supervisão de adultos e orientação médica”, afirma ele. “Os desafios online já envolvem riscos e, com uso de medicamentos, podem ser ainda piores. Por isso, a orientação é muito importante.”