Da Redação
Apenas uma a cada quatro empresas no Brasil tem participação feminina em cargos de liderança, segundo estudo apresentado pelo Grupo Talenses, em parceria com o Insper. O padrão não é muito diferente em todo o mundo: ao redor da Terra, o índice atinge 29% das empresas, segundo a Women in Business 2019. As mulheres recebem salários 21% menores, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
De acordo com a mestre em Serviço Social Verônica Szuster, que ocupa cargo de sócia-diretora da MedLevensohn, a atuação das mulheres no mercado ainda é uma barreira a ser ultrapassada. “O público feminino sofre com bastante preconceito, mas estamos avançando, aos poucos, na igualdade de gênero na sociedade, em especial a partir da segunda metade do século passado e das duas primeiras décadas do atual”, explica.
Segundo pesquisa da McKinsey, divulgada em 2015, a equidade entre homens e mulheres, incluindo salários e funções de liderança nas empresas, poderia adicionar 12 trilhões de dólares ao Produto Interno Bruto (PIB) global até 2025. De acordo com a Women Will Brasil, o PIB brasileiro poderia crescer em até 30% se o público feminino estivesse presente no ambiente profissional na mesma proporção do que o masculino.
Para Verônica, dada a grave dimensão dessas desigualdades de gênero, há muito a se avançar. “São muitas dificuldades, partindo da persistente carga extra de trabalho e responsabilidades inerentes ao chamado cargo de ‘dona de casa’”, afirma. “A sensação que tenho é que os progressos são muito lentos, mas devem ser comemorados e colocados como parâmetros para a continuidade da luta em favor da igualdade de gênero”.
Relatório da Organização das Nações Unidas (ONU) Mulheres, apresentado em setembro, mostrou que pouco mais da metade da população feminina com idades entre 25 e 54 anos é economicamente ativa, contra 96% dos homens nessa mesma faixa etária. Uma das principais causas, afirma a entidade, é que as mulheres continuam a realizar trabalho doméstico triplo como mãe, esposa e dona de casa.
De acordo com o estudo do Grupo Talenses, as empresas que assumem um compromisso formal com o empoderamento das mulheres e a igualdade de gênero apresentam uma probabilidade duas vezes maior de ter participação feminina em cargos de liderança. “Precisamos enraizar este esforço nas corporações brasileiras para conquistar o nosso merecido espaço”, conclui a sócia-diretora da MedLevensohn.
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