Guilherme Derrico
Se perguntarem a alguém o motivo de usar a moto ele dará várias justificativas, desde a agilidade no trânsito até o puro prazer e paixão. Mas se perguntar para qualquer pessoa por que ela não compra uma moto, a resposta geralmente é: porque tenho medo. O medo é um sentimento totalmente natural que aparece diante do desconhecido. Geralmente, quem abre mão de usar a motocicleta como meio de transporte nunca pilotou uma ou teve uma primeira e única experiência desagradável. Por isso, listamos algumas dicas de segurança, especialmente para os novatos:
1) Respeite o medo! Só existem dois tipos de motociclistas que se julgam destemidos: os mentirosos e os loucos. Todo ser vivo tem medo e precisa sentir, porque é o que preserva a espécie. O conhecimento é a melhor forma de controlar o medo. Quanto mais conhecer o veículo, sua dinâmica, os pontos fortes e fracos e as formas de se proteger, maior será a sensação de segurança. Resumindo: conheça a moto e adquira técnicas de pilotagem preventiva.
2) Saiba escolher a moto certa. Muitos motociclistas novatos passam por uma experiência ruim porque fizeram a escolha errada da moto. Ninguém nasce sabendo, portanto, ao começar a pilotar é preciso estar ciente de que algumas exigem mais empenho físico e técnico para conduzir. Antes de decidir, faça uma pesquisa e avalie, principalmente, as dimensões. No caso da primeira moto, não precisa nem ser uma utilitária pequena de 125 cc ou 160 cc, porque uma moto 250 cc é melhor, mais segura e não é tão pesada. O erro mais comum na escolha de uma moto é não definir o uso que fará. Isso gera motociclistas insatisfeitos porque compraram uma grande e pesada para enfrentar 20 km de congestionamento todos os dias, por exemplo. Ou aqueles que compram uma moto off road e jamais rodarão nem um quilômetro sequer por estradas de terra.
3) Respeitar os limites. É comum o motociclista iniciante sentir o desejo de passear com grupos de amigos, participar de moto clubes e grupos. Mas nem todos têm o mesmo nível de experiência. Tentar acompanhar um motociclista mais experiente pode ser um grande erro. Na verdade, quando um grupo tem consciência da presença de um novato, o ritmo deve respeitar os limites do mais novo. Ou então é melhor marcar um ponto de encontro e cada um vai no seu ritmo.
4) Prepotência. Os três fatores que levam ao acidente são: negligência, imprudência e imperícia. Mas existe a prepotência, que é a sensação de que nada de ruim pode acontecer com a pessoa. Geralmente é mais comum na adolescência, mas algumas pessoas carregam essa característica para sempre, especialmente os homens. O melhor remédio para a prepotência é a humildade. Fazer só aquilo que é capaz é a melhor postura para quem quer pilotar bem e por muitos anos. E quando não se sentir capaz, ainda existe a chance de se inscrever em cursos de pilotagem de qualidade que ajudarão a conhecer e respeitar os limites de cada um.
5) Calma! Um dos conceitos mais equivocados com relação às motos é acreditar que elas são veículos para quem tem pressa! Mentira, porque a motocicleta é um meio de transporte para quem não quer perder tempo. São conceitos muito diferentes que precisam ser entendidos. A pressa é querer ir mais rápido do que a condição permite. Quem usa moto não precisa correr, porque já está bem mais rápido do que o trânsito. Só como exemplo, em São Paulo, cidade com seis milhões de veículos, a média de velocidade durante o horário do rush é por volta de 18 km/h. Nas mesmas condições, uma moto consegue rodar a 40 km/h sem correr riscos. É mais que o dobro da média. Por isso, o motociclista não precisa correr para ganhar tempo, porque ele já não perde tempo rodando normalmente.
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