Diretora e vice são presas por queimar mil livros didáticos

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A diretora e a vice-diretora de uma escola estadual em Salto de Pirapora (124 km de SP) foram presas em flagrante, neste domingo, sob acusação de queimarem mais de mil livros na quadra do colégio, segundo estimativa da polícia.
Após audiência de custódia realizada ontem em Sorocaba (99 km de SP), as duas foram liberadas e vão responder em liberdade pelos crimes de dano qualificado e inutilização de documentos públicos (pois também foram destruídos documentos do programa Escola da Família, do governo estadual).
Os livros foram queimados na Escola Estadual Anna Cuevas Guimarães. Foram detidas a diretora Marinalva de Oliveira, 43 anos, e a vice-diretora Samira Talita de Proença Gonçalves, 36 anos.
No domingo pela manhã, vizinhos da escola perceberam forte fumaça saindo da escola e acionaram a GCM (Guarda Civil Municipal). “Ao chegarem ao colégio, nossos agentes ficaram surpresos com as centenas de livros que estavam sendo destruídos, tudo na presença da vice-diretora”, afirmou o comandante da GCM do município, Adilson Camargo. Um integrante da corporação filmou a chegada ao local.Água “Desculpa, eu jogo água. Faço o que o senhor mandar”, afirma Samira no vídeo. “Eu só queria limpar, moço, por favor. Eu estou pedindo para você”, diz a vice-diretora. Ambas foram levadas pelos guardas para a delegacia do município, onde foi lavrado o flagrante.
As duas passaram a noite na carceragem da Delegacia do Plantão Norte de Sorocaba. O Instituto de Criminalística, da Polícia Civil, foi chamado para fazer um levantamento exato do material perdido. A Secretaria de Estado da Educação, sob gestão Geraldo Alckmin (PSDB), informou que os livros didáticos são de 2012.
OUTRO LADO
A diretora Marinalva de Oliveira, 43 anos, afirmou, em depoimento, conhecer o procedimento oficial de descarte de livros, mas alegou que era muito complicado, segundo a polícia. A vice-diretora Samira Talita de Proença Gonçalves, 36 anos, disse que estava agindo a mando da diretora e que desconhecia o procedimento.
A reportagem não conseguiu entrar em contato, ontem, com as duas funcionárias, nem com os seus advogados.
A Secretaria Estadual da Educação, sob gestão Geraldo Alckmin (PSDB), afirmou que o descarte segue uma resolução, determinando que a escola envie uma relação dos materiais para a diretoria de ensino, que verifica como será feita a reciclagem.
O governo estadual também afirmou que abriu um processo de apuração do caso e que ele será tratado “com rigor”. A pasta disse, ainda, que as duas servidoras envolvidas poderão receber punições, incluindo a demissão, e que está colaborando com a investigação policial.

(Folhapress)
Foto: Reprodução/G1

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